quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

A Jóia do Anão - Parte III

Adrie estava no "ninho do corvo", observando o mar quando o kraken surgiu. Sem pensar duas vezes, saltou em direção a um dos tentáculos maiores e transformou-se em pantera. Tentou cravar as garras no alvo mas não conseguiu prender-se à pele escorregadia do monstro. A druida caiu, desaparendo debaixo d´água.

Keyra viu isso acontecer e saltou, com a espada na cintura e a adaga entre os dentes. A ladina mergulhou esperando encontrar um ponto fraco no enorme kraken submerso. Debaixo d´água, Keyra viu o tamanho da fera e seu sangue gelou por alguns segundos. Então, determinada a enfiar sua rapieira no corpo mole da criatrura, Keyra nadou. Porém, um tentáculo agarrou sua cintura e apertou seu corpo terrivelmente, fazendo com que a meio-elfa perdesse o fôlego.

Acima, no convés do Aurora, a cena era de caos. Marinheiros eram mortos pelos braços gelatinosos do monstro, Murmur, Hans e Arannis golpeavam a criatura e Soveliss tentava usar sua magia para ajudar. Halmar e seus homens tentavam fugir dos enormes tentáculos pois não eram guerreiros.

Murmur percebeu que dois dos tentáculos agarravam o Aurora e o som de madeira rachando foi claro para o goliath. Um dos mastros caiu, matando dois marinheiros e Murmur não teve dúvidas e atacou com sua lança mágica, ferindo gravemente um dos braços do monstro, que caiu, desaparecendo no mar. O Segundo tentáculo foi atingido da mesma forma e o Aurora estava solto. Porém, a batalha ainda não terminara.

Keyra conseguiu soltar-se com a ajuda de Adrie mas foi pega novamente pelo kraken. Então, cravou a adaga mágica no tentáculo e conseguiu soltar-se e subir rumo a superfície, seguida por Adrie. A batalha ainda durou alguns minutos mas as forças da Ordem da Liberdade acabaram por ferir ainda mais a criatura colossal que soltou de uma vez por todas o navio e mergulhou rumo à escuridão do mar. A embarcação estava avariada mas estavam todos salvos, apesar de alguns marinheiros que nunca mais foram vistos.

Depois do ataque, o navio seguiu para o norte. No caminho, Adrie fez um ritual e foi visitada por uma ninfa acuática que ficou intrigada com as perguntas da elfa a respeito de outros perigos naquelas águas. Dias depois, o Aurora avistou terra.

A praia era estreita e o cais pequeno perto do vilarejo de pescadores era capaz de comportar somente um barco do tamanho do Aurora. A aldeia era minúscula e ficava num lugar desolado perto de uma imensidão gelada. Ao longe, as montanhas eram apenas uma sombra azulada no horizonte. Um pequeno bosque coberto de neve ficava a algumas centenas de metros atrás do vilarejo.
Crianças vestindo casacos de peles corriam pela praia, na direção do cais. Alguns adultos as acompanhavam mais devagar. Todos tinham pele escura, cor de barro, olhos estreitos e escuros e cabelos igualmente escuros e lisos. Muitos dos nativos tinham o rosto tatuado e carregavam lanças de pesca. Alguns cães latiam na direção dos forasteiros.

Ao atracar, Halmar saltou da amurada e quase caiu. Recobrou o equilíbrio e foi recebido por um homem alto e corpulento vestindo peles. Seu cabelo estava trançado e era negro. Tinha tatuagens azuladas no rosto marcado por cicatrizes e sorria quando abraçou Halmar e o beijou no rosto. Os dois homens falavam numa língua estranha para os membros da Ordem da Liberdade.
Por isso, Murmur realizou um ritual rápido antes de desembarcar e logo falava a língua dos hakosh, o povo do gelo, com bastante desenvoltura.

O líder da aleida, que negociava com Halmar, era Kashish. Era um homem enorme e ficou muito animado ao ver que um dos aventureiros falava sua língua. Kashish indicou uma das grandes cabanas da aldeia, dizendo que seria morada dos tripulantes do Aurora e dos aventureiros pelo tempo que ficassem na aldeia.
Os homens de Halmar desembarcaram caixotes de mercadorias e sacos de grãos enquanto os aldeões traziam peixe salgado e peles de animais. Quando todos haviam deixado o convés do Aurora, Arannis notou que Halmar deixara dois guardas de prontidão.

"Não confia em seu amigo, Halmar?" Perguntou o paladino

"Nunca é bom confiar totalmente em alguém meu rapaz. Sempre podem acontecer problemas durante negociações."Respondeu o capitão sorrindo

À noite, Kashish recebeu os estrangeiros em sua cabana. Era uma casa maior que todas as demais, feita com ossos de grandes animais e madeira, coberta por camadas e camadas de peles de urso. No centro da cabana, que era circular, havia um buraco no teto, logo acima da grande fogueira que ardia desde cedo. Ao redor dela, o povo de Kashish, os hakosh, comiam, dançavam e bebiam hagash, uma bebida feita com leite fermentado.

A Ordem da Liberdade foi bem recebida pelo chefe da tribo que prontamente apresentou suas três esposas e seus muitos filhos. Dentro da cabana fazia calor e o próprio Kashish estava com o torso nu, mostrando inpumeras tatuagens azuis e cicatrizes.

"Suas mulheres me agradam. Estão à venda? Posso dar muitas peles de lontra e cães, muitos cães, por elas."Perguntou o chefe dos hakosh a Murmur, enquanto olhava fixamente para Keyra e Adrie.

"Não são minhas grande chefe. São amigas. Livres" Respondeu o Goliath que era apenas um pouco mais alto que o humano

"Ah, que pena. Gostei muito. Hagash!" Gritou Kashish e logo uma mulher trazia canecas de barro contendo a bebida forte de seu povo "Beba Murmur! Hagash!"

Murmur sorriu e bebeu com cuidado. Hans fez o mesmo e gritou "Hagash!"

"Kashish, nós estamos à procura de um homem. Um mago. Um anão chamado Ulfgar."Disse Arannis, sendo traduzido por Murmur

"Anão...mago? Ah! Seu amigo de orelhas pontudas fala de Cara Queimada." Respondeu Kashish

"Cara Queimada?"Perguntou Murmur

"Sim. Um mago anão que vive ao norte, no Vale da Morte Certa. Os hakosh não vão até lá."Disse Kashish

"Com esse nome, não me admira muito..."Comentou Soveliss ao ouvir a tradução

"Cara Queimada nunca vem aqui. Ele manda uma coisa de metal que parece um gigante. Assim ele troca coisas com meu povo. Mas tem um bom tempo que o monstro de ferro não aparece." Continuou o chefe da tribo

"Como chegamos até o lar de Cara Queimada. Kashish?"Perguntou Arannis

"Kasdosh pode levar vocês. O pai dele tem muitos cães e o garoto conhece bem a região. Mas ele nunca os levará até o Vale. Somente perto dele." Respondeu o homem

Durante o festim foram servidas carnes de baleia e morsa e a Ordem da Liberdade foi muito bem tratada, assim como os tripulantes do Aurora. No dia seguinte, os aventureiros estavam à porta da casa de Kasdosh, seguindo a orientação do chefe dos hakosh.

Kasdosh era um garoto de seus quinze anos. Era alto e forte mas não tinha tatuagens ou cicatrizes. Estava na porta de casa, afiando uma lança de madeira quando Murmur e os demais chegaram. Perto dele estava Bor, seu irmão mais velho. Este sim parecia um caçador experiente e, como todos na aldeia, recusava-se a falar na língua comum, apesar de entendê-la.

"Não reparem. Meu irmão segue bem os costumes."Disse Kasdosh na língua comum

"Obrigado Kasdosh. Fomos informados de que poderia nos levar até o homem que chamam de Cara Queimada." Disse Arannis

"Bon, senhor, meu pai alugaria os cães e os trenós. Teriam que negociar com ele. Eu sou apenas um guía."Respondeu o garoto

Klana, o pai de Kasdosh, era um homem também alto e de cabelos brancos. Era muito velho mas havia visto muitos combates, a julgar pelas cicatrizes em seu rosto. Depois de muito conversar com os aventureiros, Klana aceitou emprestar seus dois trenós e os cães e em algumas horas o grupo deslizava pelo gelo interminável.
Kasdosh e Bon guiavam os dois trenós e os heróis se apinhavam neles, sentindo o vento cortante do norte ao som dos latidos dos cães que os puxavam.

Muitos dias se passaram e o terreno gelado era sempre o mesmo. Em raros momentos, Adrie viu rapoçsas brancas que rapidamente desapareciam. Em uma ocasião, o grupo viu um enorme urso branco que cavava no gelo e em seguida retirava uma foca morta. Os dias passavam lentos e o terreno monótono parecia não acabar.
No décimo dia, as montanhas ficaram mais próximas e o terreno plano foi fi;cando cada vez mais elevado. Logo estavam numa região de pequenas colinas de neve e, no topo de uma delas, Kasdosh parou o trenó e apontou para o norte onde uma cadeia de montanhas se pronunciava. Entre as granfdes formações rochosas, uma torre chamou a atenção do grupo. Era o lar de Ulfgar.

"Eu e meu irmão não vamos além destas colinas, senhor."Disse Kasdosh olhando para Arannis "Mas esperaremos vocês aqui. São só algumas horas de caminhada até a torre e não há gelo fino aqui." Completou


Então, a Ordem da Liberdade seguiu a pé, descendo a colina.

Horas depois, os aventureiros encontraram o 'monstro de ferro'. era um golem. Carregava uma enorme mochila de couro com provisões que jazia ao seu lado. O construto estava de pé mas a jóia em seu peito brilhava fraca e a criatura estava inerte.

"A magia nele está bem fraca. Parece ter perdido a energia."Disse Soveliss analizando o golem

"Então vamos levar essa coisa até seu dono."Disse Hans derrubando o golem com um empurrão

O golem caiu ruidosamente sobre a neve mas permaneceu imóvel.

"Vamos, está começando a nevar."Disse Adrie

Murmur e Hans puxaram a criatura pelas pernas de metal. O grupo andou devagar até chegar à torre. Havia um pequeno muro de pedra ao redor do lugar. Era uma torre larga e alta e, perto da porta de metal havia outro golem, este de tamanho humano. O construto também estava desativado.

Arannis e Keyra bateram à porta e por quase quinze minutos nada se ouviu. Então, com um ranger de metal, a pesada porta se abriu. Estava escuro no interior da torre e apenas a lâmpada mágica nas mãos de Ulfgar aparecia.
O anão era calvo e tinha uma barba escura. Metade do seu rosto era marcado por cicatrizes de queimaduras e seu olho esquerdo era totalmente branco. Vestia mantos de peles e pareceu muito surpreso ao ver os aventureiros.

"Quem são e o que querem aqui?"Perguntou o anão rispidamente

"Somos a Ordem da Liberdade. Viemos de muito longe, de Skan, para falar com o senhor."Disse Arannis

"Só me faltava essa. Aventureiros nestes confins, querendo conselho e bla bla bla..."Disse Ulfgar resmungando

"Nós precisamos de ajuda com algo mas, pelo que vejo, parece que o senhor mesmo é quem precisa de ajuda."Disse o paladino de Avandra

"Diabos! Você está certo. Vamos, entrem. Não tenho muita escolha nestes dias."Disse o mago

Os heróis entraram na torre às escuras. Mais golens menores jaziam no saguão e o lugar estava gelado, apesar da lareira apinhada de móveis e livros que ardiam para manter um pouco de calor.

"Aqueles malditos...levaram meu gerador esférico de energia primordial. Malditos, desgraçados, filhos de uma bosta de mamute."Resmungou Ulfgar

"Gerador esférico de que?" Perguntou Soveliss intrigado

"O gerador esférico de energia primordial. Vai me dizer que nunca ouviu falar de um? Ah sim, comom poderia se fui eu quem o inventou." Disse o anão com um tom de orgulho "Vamos aos negócios. Vocês querem algo e eu quero algo. Quem quer algo tem que dar algo em troca. É assim que as coisas funcionam." Completou

"Venham, sigam-me"Disse o anão descendo por uma escada larga

Os aventureiros seguiram Ulfgar e depois de uma série de degraus chegaram a um corredor muito largo, de teto alto e paredes escuras. O grupo avançou pelo corredor, entre vitrines e aquários estranhos onde objetos pareciam estar presos. Havia criaturas bizarras nos aquários e Keyra reconheceu algumas. Uma medusa, um minotauro, serpentes enormes, todos empalhados.
Um dos quários parecia vazio e a ladina aproximou-se curiosa. Algo se moveu e bateu contra o vidro e Keyra afastou-se por puro reflexo. Era uma criatura alta, magra, de pele escura e garras longas. Tinha o bico parecido com o de um abutre.

"Um vrok."Disse Soveliss fascinado

"Um o que?!"Perguntou Keyra ainda olhando para a criatura que se mexia do outro lado do vidro

"Um vrok, um tipo de demônio!"explicou Soveliss

"Como isso está vivo e preso é que me intriga."Disse Arannis enquanto passava pelos dois

"Parem de tagarelar e venham!"Disse Ulfgar alguns passos adiante

O monstro pareceu sorrir para Keyra e esfregou as garras no vidro. A meio-elfa sorriu de volta e fez um gesto com o dedo do meio, seguindo o resto do grupo.

Ulfgar levou os aventureiros até uma plataforma circular do tamanho de uma carroça. Parecia feita de ouro maciço e brilhava com uma aura mágica tênue.

"Aqui ficava meu gerador esférico de energia primordial. Preciso dele de volta ou vou congelar, ou então as coisas presas da minha coleção vão soltar-se e vou ter que dar cabo delas." Disse o mago

"Viemos aqui atrás de uma jóia, Ulfgar. Uma que o senhor tomou depois de matar um dragão das sombras."Disse Arannis

"É sério que vieram até este fim de mundoa trás de duas pedrinhas sem poderes mágicos?"Disse Ulfgar começando a sorrir. Logo o sorriso ficou escancarado e segundos depois o anão gargalhava sem parar.

"Não diria isso..."Começou Arannis

"Duas?!" Disseram Keyra e Soveliss olhando um para o outro assombrados

"Sim duas. Esperem. estão por aqui em algum lugar."Respondeu o anão enquanto procurava numa estante de pedra atrás da plataforma dourada.

Logo o mago colocou sobre uma pequena mesa um crânio estranho. Não era de nenhuma criatura conhecida pelos aventureiros. No lugar dos olhos, o crânio possuía duas pedras do tamanho do punho de uma criança. Eram duas esmeraldas perfeitas.

"Duas..."Disse Soveliss sorrindo

"Eu lhes dou as malditas pedras. Elas não têm valor para mim. Mas somente se trouxerem meu gerador esférico de energia primordial. Até lhes dou algum objeto de minhça coleção."Disse Ulfgar.

"Onde encontraremos seu gerador?"Perguntou Hans

"Nas montanhas. Os malditos gigantes do gelo o levaram. devem achar que é um brinquedo."Disse o mago




No dia seguinte, após dormirem perto da lareira da torre, os heróis caminhavam pela geleira, em busca do artefato.

Não foi difícil achar o covil dos gigantes do gelo. Adrie, transformada em lobo, seguiu o rastro de um deles até uma enorme caverna num desfiladeiro.
A Ordem da Liberdade tentou dialogar com os dois enormes seres que guardavam a entrada mas foi em vão. Logo estavam combatendo os gigantes. A luta parecia ser difícil mas logo havia um gigante morto e outro rendendo-se diante dos heróis.

"De joelhos, monstro!"Gritou Hans na língua dos gigantes e dos orcs

O enorme guerreiro branco obedeceu, abismado com a habilidade em combate dos aventureiros.

"Viemos buscar o gera...gerador...de primordialidade...de...como é mesmo?"Perguntou Hans confuso, olhando para Soveliss

"O gerador esférico de energia primordial."Disse orgulhoso o eladrin

"Deve ser esta coisa brilhante que achei."Disse Keyra sorrindo ao lado de uma enorme esfera feita de ouro que pairava alguns centímetros acima do chão

Soveliss aproximou-se da esfera e disse as palavras que Ulfgar lhe ensinara antes de deixarem sua torre. Instantaneamente, a esfera brilhou e emanou um pouco de calor. Em seguida, passou a seguir o mago toda vez que este caminhava.

"Pronto! Temos mais duas jóias!" Exclamou Adrie




Soveliss andou por cima do pedestal de ouro e a esfera o seguiu. Ulfgar sorria satisfeito e bebia de um barril de cerveja anã que os aventureiros haviam levado até ele.

"Perfeito!"Disse o anão quando a esfera parou sobre a plataforma. Ulfgar então tocou a esfera e disse outras palavras mágicas. Segundos depois, a energia da esfera espalhou-se por sigilos gravados nas paredes da torre e lâmpadas mágicas se acenderam. As vitrines e aquários também e logo era possível vislumbrar a 'coleção' do mago.

O clima dentro da torre também mudou graças ao calor emanado pelo gerador mágico. As criaturas dentro dos aquários se agitaram e armas mágicas e objetos passaram a flutuar dentro de suas vitrines.

"Então, duas pedrinhas e um item da minha coleção? Fizeram um excelente trabalho."Disse Ulfgar

"Obrigado. Tivemos...sorte."Disse Arannis tocando o símbolo de Avandra em seu peito

O paladino olhou para seus amigos e sorriu enquanto mostrava as duas esmeraldas antes de guardá-las em sua bolsa mágica.

"Temos uma longa jornada pela frente amigos. Mas a deusa da sorte está conosco."Disse o eladrin

A Ordem da Liberdade despediu-se de Cara Queimada e retornou à aldeia dos hakosh. Conforme haviam combinado, o Aurora estava lá, pronto para levá-los de volta para o sul.

"Skan? Não meus amigos. Não volto para Skan agora. preciso seguir a costa até Ilíria. Tenho negócios lá." Disse Halmar quando os aventureiros embarcaram

Keyra sorriu e abraçou seu amigo Hans enquanto olhava para o sul.

"Ilíria..."Disse a meio-elfa e a brisa do mar tocou seu rosto enquanto o Aurora cortava as ontas rumo à sua cidade natal.

4 comentários:

  1. Vc cortou a parte do elefante! Ou não foi nesse dia...?
    Nossa, sou tão mais emotiva aqui no blog. Ficou legal.

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  2. Ficou bem legal mesmo.

    Não lembro da cena do elefante.

    Abraço...

    Pelor

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  3. Putz a cena do elefante foi em Skan ainda..não botei no outro post? Droga...esqueci...foi mal.

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  4. Ficou bom demaaaaais!!! Faltou minha cachorra ^^

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