domingo, 31 de janeiro de 2010

Biografias: Coadjuvantes (Bahamut & Kubik)

Bahamut







Soveliss recebeu o pequeno filhote de pseudodragão quando sua mestre, Malin, achou que havia chegado a hora do eladrin ter um familiar mágico.

O mago batizou o pseudodragão com o nome do deus Bahamut, por causa de suas escamas brancas, quase prateadas. Apesar do nome solene, Bahamut (o familiar) é como um gato. Independente e temperamental, o pseudodragão é um companheiro fiél.
Corajoso, o familiar de Soveliss ajudou o grupo em vários combates e nutre uma grande afeição pela meio-elfa Keyra. Atualmente, ele tenta aceitar o goblin chamado Kubik, que idolatra Soveliss.

Kubik








Nascido no covil goblin na Floresta Castanha, Kubik sempre foi diferente. Não gostava de caçar nem de lutar e era frequentemente espancado por outros goblins mais fortes. Isso não mudou sua natureza benigna e fez com que ele se afastasse cada vez mais da forma de viver da tribo.
Em suas andanças na floresta, Kubik foi apanhado por Saliss, o ranger elfo de Duaspedras. Inicialmente, o ranger pensou em matar o goblin mas Kubik logo demonstrou não ser um guerreiro, jogando-se aos pés do elfo pedindo clemência.

Saliss resolveu manter o goblin vivo, ao menos por algum tempo, para saber mais a respeito da tribo dele, que costumava atacar viajantes na floresta e roubar ovelhas em Duaspedras. Assim, o pequeno e covarde Kubik aprendeu a falar a língua comum e algumas palavras em élfico e logo conquistou a confiança do ranger.

Quando um dragão verde tomou o controle da tribo goblin, Kubik conseguiu descobrir que a fera pretendia atacar Duaspedras com seus lacaios. Sem pensar duas vezes, Kubik deixou a tribo para avisar Saliss e os humanos mas foi capturado por membros de sua tribo e estava para ser executado quando Soveliss, Medrash, Arannis e Keyra o salvaram.

Kubik jurou lealdade aos aventureiros e tomou como "mestre" o mago Soveliss, que demonstrou mais compaixão do que os demais num primeiro momento.

O pequeno goblin é covarde mas muito leal e vê em Soveliss uma chance de ser mais que um simples goblin. Apesar de ser um pouco astuto, Kubik é inocente e sua inteligência não é uma das maiores, mesmo entre os goblins.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Biografias: Arannis & Soveliss

Raça: Eladrin
Classe: Paladino
Jogador: Wagner









Raça: Eladrin
Classe: Mago
Jogador: Paulo









A cidade de Immeril era pequena mas abrigava centenas de eladrins. Sua localização era secreta e apenas eladrins e alguns poucos elfos podiam entrar por seus portões. Graças à magia dos eladrins, a cidade aprecia no mundo apenas durante o dia, ficando à noite nas florestas antigas da Feywild.
Suas muralhas eram feitas de pedra e cobertas por trepadeiras e as casas eram um espetáculo à parte com suas longas torres brancas e luzes mágicas. Na cidade várias famílias governavam.

Uma delas, a dos honrados
Astalder, comandava as tropas locais. Aramil Astalder era um guerreiro sem igual. Havia enfrentado gigantes e demônios em sua juventude e agora liderava os guerreiros eladrins que protegiam a cidade. Sua esposa havia morrido anos atrás, quando os gêmeos nasceram. Apesar da tristeza, Arannis e Soveliss eram seu maior tesouro. Aramil amava seus filhos e tentava ensiná-los bem nos caminhos da honra e coragem.

Soveliss e Arannis não passavam o tempo todo com seu pai, sendo criados por Valnya, uma velha mulher que havia cuidado de Aramil quando este era apenas um bebê. Valnya ensinou muito aos gêmeos e contava histórias de quando seu povo vagava pelas florestas da Feywild. Contava lendas sobre monstros e heróis e sobre o mundo exterior.
Apesar de serem idênticos em aparência, Soveliss e Arannis divergiam em várias formas. Arannis era pouca coisa mais alto que seu irmão e sonhava em lutar como seu pai contra as forças que ameaçavam a cidade eladrin. Era impetuoso mas honrado. Por outro lado, Soveliss, que parecia mais frágil que seu irmão, ouvia com mais atenção as lendas contadas por Vanya e era fascinado pelas proezas mágicas de seu povo.

Por muitas vezes, Soveliss se aventurou fora dos muros de Immeril com seu irmão. Eles viram fadas e criaturas bizarras e em muitas vezes foram arrastados de volta por guardas leais ao seu pai. A vida dos irmãos era tranquila na cidade eladrin e seu pai era um herói para eles pois todos o respeitavam. Ele tinha um lugar no grande conselho da cidade e sua casa era uma alta torre com guardas, jardins e grandes salões. Tudo era bom para os gêmeos até a noite em que o inferno chegou até eles.

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"O que está acontecendo Vanya? O que é esse som lá fora?" Perguntou Soveliss amedrontado com o som dos gritos e de explosões na cidade.

"Nada pequenino. Agora entre no seu quarto e não abra a porta por nada neste mundo. Você também Arannis." Respondeu gentilmente a eladrin.

"Meu pai está lá fora! Quero ajudá-lo!" Gritou Arannis enquanto a velha mulher os empurrava para dentro do quarto.

"Não. Vocês devem ficar a salvo." Disse Vanya.

"Me deixe! Eu vou lutar! Sou um guerreiro como meu pai! Me deixe sua velha!" Gritou mais uma vez Arannis com raiva.

Vanya sorriu gentilmente e ia dizer algo quando uma lança atravessou sua garganta. A mulher caiu diante dos olhos assustados dos gêmeos enquanto gritos vinham do corredor atrás dela. Dois eladrins lutavam com figuras negras que pareciam mover-se como sombras. Em segundos os eladrins foram mortos e então Arannis e Soveliss viram os atacantes.

Eram elfos, ou pareciam ser, mas sua pele era negra e seus cabelos eram brancos e longos. Vestiam armaduras negras e espadas curvas de um metal escuro. Os drows sorriram e falaram em uma língua parecida com o élfico. Um deles tirou algemas de metal da mochila e começou a caminhar em direção aos jovens eladrins e foi então que uma porta voou pelos ares.

Aramil saiu por ela trajando uma armadura magnífica. Era quase branca e brilhava com uma luz azulada. Em suas mãos, Vento, a espada da família, brilhava prateada. Aramil estava sem seu elmo com asas de águia e o ferimento em susangrava muito. Mas estava enfurecido.

"Saiam de perto dos meus filhos!" Gritou o general elardin ao saltar sobre os drows. O primeiro golpe decepou a cabeça de um deles e o segundo cravou Vento no ventre do outro.

"Arannis, Soveliss, saiam daqui. Vão até o templo de Corellon!" Gritou.

"Mas pai! Não vamos deixá-lo aqui!" Disseram os gêmeos

"Vão!" Gritou Aramil quando mais drows apareceram no corredor. "Vão agora!"

Chorando, os gêmeos correram enquanto ouviam seu pai lutando com mais de quinze drows. Correram pelas escadas da torre e pelas ruas da cidade em chamas. Drows e orcs queimavam e matavam o que encontravam pela frente e os dois pequenos eladrins apenas corriam, como ordenado. Ao chegarem ao templo de Corellon, encontraram os sacerdotes mortos, empalados na frente do templo em longas lanças orcs.

Era tarde. Nada salvaria os gêmeos agora. Foram aprisionados ao lado de mulheres e outras crianças e levadas pelos elfos negros que falavam em sua própria língua e gargalhavam enquanto a cidade eladrin queimava.

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Por cinco anos, os gêmeos foram escravos no subterrâneo. A fortaleza drow era um lugar cruel onde escravos morriam todos os dias quando os elfos negros se sentiam entediados. Soveliss e Arannis foram dados a uma sacerdotisa drow e durante esses cinco longos anos foram forçados a assistir aos sacrifícios feitos em nome de Lolth, a terrível deusa-aranha dos drows.

Ambos receberam uma marca da casa de Lolth em seus braços, uma cicatriz horrenda que ficaria com eles até o fim. Os irmãos tinham quinze anos quando as coisas finalmente mudaram. Uma luta pelo poder da fortaleza entre duas facções libertou os escravos acidentalmente. Todos tentaram fugir pelos túneis do subterrâneo mas, desarmados, eram mortos pelos dois lados do enfrentamento.

Então, Soveliss viu um grupo variado de homens armados. Não eram elfos nem eladrins e muito menos drows. Estavam em cinco e haviam entrado na fortaleza escondidos e agora lutavam para chegar ao templo de Lolth. O jovem eladrin viu nisso a chance mais certa de uma fuga e puxou seu irmão pelo braço, atrás dos aventureiros.

Os cinco haviam chegado ao salão principal do templo e agora lutavam contra a sacerdotisa e seus seguidores. Arannis e Soveliss assistiam a tudo escondidos. Foi uma batalha épica. O grupo, formado por um anão, dois humanos e uma halfling e um goliath, lutava como uma equipe experiente. No fim, apenas a sacerdotisa drow e os cinco heróis estavam de pé. A drow, em pânico, invocou uma magia poderosa e desapareceu em pleno ar. Então, os gêmeos eladrins saíram das sombras gritando agradecimentos aos heróis.

Os aventureiros ouviram a história dos dois jovens e por algum lance do destino decidiram levá-los consigo. A halfling do grupo, uma maga chamada Malin, desenhou um círculo mágico no chão e então todos entraram no portal que se formou. Segundos depois, os sete estavam em Ilíria.

Soveliss e Arannis então aprenderam o que puderam com Malin, Belkirk, o anão paladino, Ur, o guerreiro goliath, Benton, o clérigo de Pelor e Calien o ranger. Apesar da vida em Ilíria ser completamente diferente para eles, Soveliss e Arannis se sentiram livres e decidiram que se tornariam aventureiros para um dia realizar feitos como o dos cinco heróis.

Belkirk, o anão, era um servo de Avandra e foi ele quem ensinou Arannis a respeito da divindade da sorte e dos aventureiros. Belkirk era um ótimo mestre e despertou no eladrin a vontade de servir a algo maior e de levar as palavras de Avandra ao mundo.

Malin, a halfling, tomou Soveliss como aprendiz e em pouco tempo o eladrin aprendeu muito.

Um dia, o grupo, conhecido como A Irmandade Branca, partiu de Ilíria mas os jovens eladrins ficaram, pensando em tornar-se heróis como eles e talvez um dia livrar o mundo dos drows e, quem sabe, vingar a destruição da cidade de Immeril.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Biografias: Adrie

Raça: Elfa
Classe: Druída
Jogador: Marcela








O grito de Galana ecoou em meio às enormes árvores da Floresta Castanha enquanto a tempestade caía. Relâmpagos iluminavam o céu noturno e os trovões abafavam os gritos da druida.

"Eu consigo ouvir os gritos dela, Talon." Sussurrou Saliss no ouvido do lobo. "Preciso ver se meu filho nasceu."

O elfo correu pela floresta escura, seguido de perto pelo enorme lobo negro. Os troncos das árvores caídas e o chão molhado não atrapalhavam seus movimentos e em minutos o ranger chegou até o acampamento de seu clã. Ao chegar, Saliss correu subiu as escadas de corda penduradas num carvalho gigantesco que sustentava várias cabanas élficas. Sua mulher gritava de dor dentro da cabana. Uma elfa chamada Linn estava na porta, armada.

"Não vai entrar. Os espíritos da floresta estão ajudando no parto. Mas você não vai entrar." Disse a mulher, empunhando uma lança na direção de Saliss.

"São minha esposa e meu filho! Vou entrar nem que tenha que matar você, Linn!" Respondeu o ranger sacando seu arco.

"Não. Ela deve dar à luz sozinha. É o costume dos druídas da Floresta Antiga." Respondeu Linn assumindo uma posição de combate.

Então os gritos pararam.

Saliss esquivou-se da lança da guardiã e entrou na cabana. Galana estava deitada sobre peles de urso, segurando o bebê em seus braços. Ela sorriu com o brilho do sol em seus lábios e disse docemente.

"É uma menina. É uma menina Saliss. É Adrie. Estava escrito que seria assim."

Saliss caiu de joelhos diante das duas e as abraçou, pois sabia o que estava por vir.

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A flecha cortou o ar com um assovio suave e atingiu o cervo na garganta. O animal não emitiu som algum e caiu sobre o chão da floresta. Saliss sorriu e caminhou na direção da presa abatida. Adrie estava ao seu lado, seguida por Talon, o lobo negro de seu pai.

Saliss curvou-se diante do cervo e orou.

"Por que você pediu para ser perdoado pai?" Disse a pequena elfa

"Porque todos os seres da floresta têm um objetivo e este cervo irá nos alimentar. Mas tudo está interligado, Adrie. Você não pode tirar da floresta sem dar algo em troca." Respondeu tranquilamente o arqueiro.

"Mamãe diz o mesmo e diz que eu vou aprender quando for para a Floresta Antiga."

"Você não vai para esse lugar maldito. Sua mãe não vai tirar você de mim Adrie."

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Adrie era uma jovem de quinze anos quando sua mãe recebeu a visita dos druidas da Floresta Antiga. Eram doze elfos e um humano e chegaram na forma de animais. Havia chegado a hora e Galana deveria retornar à floresta dos druídas e levar sua filha que, por ter nascido mulher, se tornaria uma druída como sua mãe.

Saliss chegou ao lado de seu lobo negro e ficou entre os druídas e Adrie.

"Ela não vai. Ela não se tornará uma de vocês. Eu não vou perder minha única filha!" Gritou o elfo sacando seu arco.

Os druídas sacaram suas armas e Galana fez o mesmo, sacando um longo punhal.

"É minha filha também Saliss e é o destino dela." Disse Galana puxando Adrie para perto de si.

"Não. Não é justo." Disse Saliss chorando. "Não é justo!" Gritou ao soltar a corda do arco.

Duas flechas zuniram ao passar perto de Galana e atingir dois druídas que caíram mortos em seguida. Os demais lançaram-se contra o ranger que sacou sua espada longa e os enfrentou.
Enquanto estes lutavam, os demais elfos da aldeia saíram das cabanas e ficaram horrorizados com a cena. Saliss havia matado mais dois druídas e tentava alcançar sua filha.

Então, Aust apareceu. Era o líder do clã e um elfo antigo e de grande poder mágico.

"Chega!" Disse ele numa voz retumbante. "Saliss, solte suas armas. Você matou irmãos e esse crime é o pior que poderia cometer."

"Eles querem tomar minha filha, eu..."Disse o elfo soltando a espada.

"É como deve ser. E você se tornou um criminoso e não é mais um membro do clã. Pegue suas coisas e vá. Você é agora um exilado. Ninguém mais falará com você nem ouvirá suas palavras. Desapareça Saliss filho dos lobos." Disse Aust.

Saliss olhou pela última vez para sua família e, chorando partiu, acompanhado apenas por Talon.
Adrie chorou e sua mãe a abraçou e essa foi a última vez que ela viu seu pai ou os demais elfos do clã pois sua vida agora seria na floresta proíbida, onde apenas os druídas podiam entrar.

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"Filha, intrusos mataram um urso das cavernas. Eles estão atrás do dragão verde que governa os goblins. Você deve ir até eles e ajudá-los." Disse Galana enquanto enterrava a cabeça de um enorme urso no chão da floresta.

"Mãe, esses intrusos não respeitam nossa floresta. Porque devo ajudá-los?" perguntou Adrie, agora uma elfa adulta e uma druída.

"Porque tive uma visão. Você nasceu com o dom da cura, Adrie. Precisa ir até os aventureiros e ajudá-los pois é seu destino."

"Mas o que devo fazer?" Perguntou Adrie enquanto ajudava sua mãe a cobrir o buraco com terra e folhas.

"Você deve ser rápida como os lobos desta floresta. Deve ser sábia como os antigos e deve ser a luz em meio às trevas. Adrie, ajude os aventureiros a matar o dragão e ajude-os em sua busca. É assim que deve ser."

Adrie virou-se por um instante e viu a neve cair suavemente sobre a Floresta Castanha. Pensou em sua vida e nos longos anos na Floresta Antiga. Pensou em seu pai e nas histórias sobre o mundo exterior.

"Mãe. Eu irei. Espero que suas visões estejam certas." Disse virando-se. Mas Galana não estava mais lá. Havia desaparecido como costumava fazer.

Adrie pegou suas coisas e sorriu. Se seu destino era ajudar os intrusos então ela o faria. A jovem elfa transformou-se em lobo e correu pela floresta, determinada a encontrar os aventureiros e o dragão verde.

Biografias: Keyra

Raça: Meio-elfa
Classe: Ladina
Jogador: Camila









Kara Loderin esfregou as mãos nos braços nus tentando aquecer-se mas as as correntes em seus pulsos feriram sua pele. A túnica de seda azulada que cobria parte de seu corpo esguío não a protegia do frio daquela noite de tempestade a bordo do Princesa do Sangue. O vento soprava forte e o mar arremessava o navio pirata de um lado para o outro com violência. A jovem conseguía ouvir vozes no convés, acima, e ordens sendo dadas aos marujos.
Ao seu lado, outros captivos tentavam manter a sopa de peixe no estômago a cada solavanco do Princesa. Muitos deles eram serviçais da família Loderin e alguns eram camponeses da aldeia ao sul do castelo. Kara sentia frio e fome e seu corpo todo doía.

"Senhora. Lorde Maran vai enviar homens atrás de nós. Logo a senhora estará em casa ao lado de sua família." Disse um homem velho que estava acorrentado ao lado de Kara.

A jovem olhou em direção à voz mas não reconheceu o homem que estava ferido e sem os dois olhos. No lugar, havia uma crostra de sangue velho.

"A senhora verá. Logo estaremos todos à salvo em Loderin." Disse o homem com esperança.

"Não vamos. Nunca mais."Pensou kara Loderin. Os piratas haviam atacado há duas semanas e levado as riquezas de seu pai, escravos e, é claro, ela. O capitão havia dito que ela atingiria um bom preço nos mercados da distante Terra Negra, nos mares do sul. Kara chorava pois sabia que seu destino estava selado e que somente não havia sido violentada ainda porque o capitão do navio a queria intacta até chegarem no reino dos homens de pele de ébano.

Outro solavanco fez com que Kara voltasse a prestar atenção nos servos que compartilhavam o porão de navio com ela. Guy Presgor estava acorrentado a uma viga de maderia. Guy era um homem forte e um dos guarda-caça de seu pai. Um exímio arqueiro e um guerreiro competente. Porém, havia sido derrotado por um dos piratas, um halfling chamado Garret. O mesmo pirata havia decepado dois dedos de Guy e acabado com sua carreira como arqueiro.

Kara soluçou e depois de duas horas de tempestade sucumbiu ao sono e ao cansaço.

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"Levem os escravos para o convés! O dia está lindo para um banho!" Gritou Ulbu, um meio-orc carrancudo sem a mão direita. Era o primeiro oficial do Princesa do Sangue. "Ah princesinha vai assistir tudo!" Completou este quando Kara surgiu no convés. Seus cabelos longos e cacheados estavam revoltos e pareciam feitos de ouro puro. Seus belos olhos verdes estavam embotados e Kara teve dificuldades em acostumar-se com a luz novamente.

Os escravos haviam sido levados ao convés e agora recebiam sopa de cabeça de peixe e algas. Os piratas gargalhavam quando um dos escravos perdia o equilíbrio por causa das correntes nos tornozelos e caía ruidosamente no convés. Kara Loderin tentou ajudar Guy e ouviu um estalo do chicote de Ulbu.

"Mexa-se princesinha! Não temos o dia todo!" Grunhiu.

Nesse instante surgiu no horizonte uma vela azul. Os piratas notaram o navio que se aproximava e começaram a gritar ordens e a puxar os escravos de volta ao compartimento de carga. Porém, o navio azul era tão rápido que em minutos estava quase ao lado do Princesa. No mastro principal havia uma bandeira branca com duas espadas azul-escuras. No convés, homens se apinhavam, prontos para abordar o Princesa do Sangue.

Os piratas estavam agora desesperados e esqueceram dos escravos. Corriam para pegar suas armas e o capitão gritava ordens junto a Ulbu que fazia estalar o chicote enquanto empurrava os marujos de volta ao convés.

O navio azul bateu na lateral do Princesa e dezenas de homens armados com espadas e machados saltaram, abordando o navio pirata. Os homens usavam cotas de malha e túnicas verdes com detalhes em vermelho. No peito, traziam um brasão conhecido por Kara, o da família Gael, aliados de seu pai.

Kara tentou esconder-se enquanto os guerreiros atacavam os piratas mas foi derrubada por Garret, o halfling.

"Maldita mulher! Melhor usar você como escudo!" Disse o pirata mostrando a boca sem dentes.

"Melhor usar você como peso de papel!" Disse uma voz atrás de Kara.

A jovem virou-se e percebeu um elfo de longos cabelos castanhos trajando armadura de couro e uma espada longa. Os olhos amendoados do elfo eram azuis e sua pele bronzeada mostrava cicatrizes de batalha. Era belo. Talvez o homem mais belo que Kara havia visto e sorria como se estivesse num passei pelo campo.

"Deixe a moça e corra, halfling." Disse o elfo

"Morra desgraçado!" Gritou Garret atacando o elfo com uma lança curta.

O jovem elfo esquivou-se com graça e girou, deixando que Garret passasse por ele. Em seguida, seu braço desceu, cravando a lateral da espada na nuca do pirata, quase decepando sua cabeça. Garret caiu ali mesmo e o elfo apenas sorriu. Ele abaixou-se em direção a Kara e sorriu novamente dizendo "Venha comigo moça. Estará a salvo desses rufiões!"

O estranho levou Kara em segurança, vez o outra enfrentando um pirata e despachando-o pra o outro mundo com um golpe certeiro de sua lâmina e um belo sorriso no rosto. Ele pegou Kara no colo e, segurando uma corda, lançou-se de volta ao navio azul.

"Fique aqui senhorita. Voltarei o mais rápido possível." Ao dizer isso, o elfo beijou Kara e piscou para ela, saltando de volta ao Princesa para continuar a matança.

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"Aravilar Amarathar, sua filha está escalando a cerca de novo. Você ensinou, agora trate de tirá-la de lá." Disse Kara enquanto dava de mamar a Egon, seu segundo filho com o elfo.

"Mamãe! Eu sou grande! Eu posso subir e descer sozinha!" Disse Keyra do alto da cerca.

"Sua mãe está certa Keyra. Desca já daí ou ficará sem histórias esta noite." Disse Aravilar com seu belo sorriso.

"Mas papai!" Choramingou a pequena meio-elfa.

"Nada de mas. Desca agora mesmo." Disse Aravilar rindo.

Kara sorriu ao ver sua pequena filha obedecendo e olhou para Egon que dormia em seus braços. Olhou em volta, observando a cerca de madeira e as paredes da casa simples onde morava em Ilíria. Desde que fora resgatada por Aravilar e os homens dos Gael, Kara havia deixado para trás a vida de riquezas de sua família. Havia mandado cartas para seu pai dizendo que estava bem e que estava apaixonada.
Kara Loderin casou-se com o espadachim elfo que a encantara durante o resgate e era feliz há cinco anos com ele. Tinha uma linda filha que havia herdado o gosto pela aventura de seu pai e um pequeno bebê de cachos loiros. Era feliz.

Longos anos se passaram até o dia em que Kara descobriu que sua filha estava aprendendo a lutar com Aravilar. No início, Kara detestou a idéia mas depois, quando viu o brilho nos olhos de Keyra quando seu pai a chamava de 'minha pequena aventureira', Kara entendeu que o destino da jovem estava traçado.
Por isso, quando Keyra saiu de casa dizendo que ia fazer fama e fortuna, Kara aceitou tranquilamente e beijou sua filha como se nunca mais a fosse ver.

Keyra Amarathar viajou por várias aldeias do reino mas passou a maior parte de sua vida em Ilíria, metendo-se em confusão ou vendendo suas habilidades com a espada. Em pouco tempo, a jovem meio-elfa era tão habilidosa como seu pai e havia se tornado uma mulher bela e astuta.
Tinha o sangue nobre e o espírito livre e estava destinada a grandes coisas.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Biografias: Medrash

Raça: Dragonborn
Classe: Warlord
Jogador: Arthur







Aldran orava no templo de Bahamut de Varmun, a pequena comunidade dragonborn nas montanhas ao sul do reino humano de Ilíria. O dragonborn estava com um dos joelhos no chão frio do salão de mármore e granito. Olhava fixamente para a estátua prateada do Dragão de Platina. Vestia uma túnica azul clara com detalhes em prata e carregava uma longa adaga de osso na cintura. Seus olhos eram de um azul profundo e suas escamas eram brancas. Aldran era um dos líderes religiosos de Varmun e um devoto servo de seu povo. Sua esposa, Zarin, era filha de um excelente armeiro chamado Ugrash e estava isolada há dias numa sala especial onde os ovos do casal estavam sendo incubados.

"Meu senhor! Chegou a hora! Os ovos estão eclodindo!" Disse o jovem Alazar interrompendo a meditação de Aldran.

O dragonborn branco virou-se calmamente, levantou-se e sorriu. "Leve-me até minha esposa Alazar."

Os dois caminharam pelos corredores de pedra da fortaleza que era Varmun, acompanhados pelos olhares curiosos de alguns conhecidos da família. Aldran estava feliz e demostrava isso quando sorria para amigos que o parabenizavam pelo caminho até a sala de incubação.
Ao chegarem, Alazar abriu a pesada porta de metal e lá estava Zarin, segurando três pequenos filhotes. O maior, de cor castanha, puxava a túnica da mãe enquanto esta o limpava. Outro, de cor vermelha, tentava afastar-se da mãe para pegar pedaços das cascas de ovo e o menor de todos, uma fêmea de cor marrom, parecia dormir nos braços de Zarin.
Três ovos, três filhos. Aldran não conseguía conter-se. Abraçou Zarin e beijou os pequenos dragonborns.

"Finalmente..."Disse deixando cair uma lágrima.

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"Medrash! Saia já desse buraco!" Gritou Zarin, sua mãe.

"Mas mãe! Tem coisas velhas escondidas ali! Eu vi! Tem pedras desenhadas e tapetes velhos!" respondeu a criança dragonborn de escamas vermelhas.

"E daí criança? Vá brincar com seu irmão. Deixe os buracos para os anões." Respondeu Zarin.

Mas Medrash continuou descendo pelo túnel que havia encontrado entre as pedras. Continuou descendo até não mais ouvir a voz de sua mãe ou de seu irmão Albrann nem de sua irmã Zilash.
O túnel era estreito e apenas alguém de pouca estatura poderia arrastar-se por ele. Tudo o que o jovem dragonborn tinha para iluminar o caminho era um bastão solar que havia roubado no mercado de Varmun.
Depois de algum tempo rastejando pelo túnel, Medrash chegou a uma caverna maior. A luz do bastão iluminou todo o lugar e o dragonborn vermelho ficou encantado com o que via. Ao seu redor, estátuas antigas de dragonborns em armaduras vigiavam o que parecia uma tumba ou templo antigo. Dezenas de inscrições nas paredes mostravam batalhas, deuses e exércitos enormes e no centro, sobre um sarcófago de pedra, jazia a espada.

Medrash fixou os olhos amarelos sobre a arma que descansava sobre o mármore frio. Estava coberta de poeira mas ainda assim era magnífica. Medrash caminhou, trêmulo, em direção à espada. Sem medo, o pequeno dragonborn tirou a poeira de cima da arma e a segurou com as duas mãos. Era muito pesada para ele. Seus pequenos braços não aguentaram o peso e a lâmina de aço bateu fortemente contra o chão da tumba, fazendo o som ecoar.
Uma casca fina de terra rachou e Medrash pôde então ver a espada em toda a sua grandiosidade. Tinha inscrições antigas na lâmina e sua empunhadura era coberta por couro vermelho. Tinha também dentes presos no cabo mas estes estavam desgastados pelo tempo.

Orgulhoso, o dragonborn voltou pelo túnel até sua mãe que, ao vê-lo com a espada presa às costas sorriu e disse apenas:
"Muito bem Medrash. Tem uma espada. Acho que agora vai ter que aprender a usá-la."

Anos depois, Medrash decidiu que viajaria pelo mundo em busca de mais conhecimento sobre sua raça e jurou que um dia os dragonborn teriam uma grande nação como no passado. Ele rumou para o norte, para Ilíria.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

O Monstro de Duaspedras


A luz do sol entrava suavemente pela claraboia do templo de Avandra. Água cristalina jorrava de uma fonte no centro do templo, onde os peregrinos jogavam moedas pedindo boa sorte à divindade. Os espaços entre as grandes colunas de mármore deixavam entrar o ar gelado daquela manhã de inverno mas de alguma forma, o clima dentro do templo era agradável. Keira observava os peregrinos, encostada numa das colunas enquanto Araniss conversava com Cor, o sumo sacerdote de Avandra, um homem de seus quarenta anos, cabelos castanhos já manchados de cinza e pequenos olhos escuros. Além deles, estava na sala um homem muito velho, conhecido por todos no templo como Mestre Arin. Ele estava usando um longo manto cinza e estava sentado enquanto conversava com Araniss. Mestre Arin era cego e seus parcos cabelos brancos pendiam soltos sobre os ombros.

"Mestre Arin, o senhor disse que Agrom-Vimak foi um guerreiro poderoso que liderou expercitos no passado até ser detido por um grupo de magos de grande poder. Mas me diga, senhor, Agrom-Vimak era um guerreiro maligno?" Perguntou o eladrin

"Meu jovem, não sei até onde as lendas estão corretas mas Vimak foi derrotado pelos Sete. Dizem que esses magos eram uma força de equilíbrio no mundo mas que nem todos eram pessoas de bem. Agrom-Vimak foi derrotado numa grande batalha e sua espada vermelha foi destruída. Todo o seu poder acabou quando ele foi morto." Respondeu o velho sacerdote.

"É tudo o que pode me dizer, mestre?" Disse Araniss um pouco frustrado

"Sim, meu jovem. Não conheço muito a respeito dessas lendas. Mas se você procura mais conhecimento a respeito dos Sete, procure Nimus em Duaspedras."

Araniss fez uma longa reverência diante dos sacerdotes e saiu, pensando no que poderia fazer agora. Nimus, segundo Cor e Mestre Arin, era um velho eremita que vivia nas proximidades da aldeia de Duaspedras, a nordeste de Ilíria. Nimus era conhecido por ser muito sábio e muito velho e, portanto, seria alguém com muito conhecimento.

Keira aguardava do lado de fora, enquanto observava um viajante pitoresco. O homem era gordo e de baixa estatura e usava um elmo de péssima qualidade, uma espada curta e uma cota de malha. A única peça de armadura que parecia decente era a cota, que brilhava levemente com a luz do sol no centro do templo.

"Bom dia senhor!" Disse Keira sorridente. "Vejo que fez uma oferenda a Avandra. É um aventureiro? Parece ter chegado há pouco."

"Sou sim senhorita! Sou Bindor, o matador de gigantes!"

"Gigantes é? Hum...são muito difíceis de matar? Nunca vi um."Perguntou novamente a jovem.
Depois de uma breve conversa, Keira se convenceu de que Bindor era um grande mentiroso mas achou estranho alguém tão aparentemente incompetente ter uma armadura tão magnífica.
Araniss e Keira decidiram então ir à biblioteca de Ilíria, em busca de mais informações a respeito de Arom-Vimak.

Medrash estava na entrada do templo de Bahamut, no bairro do Castelo. O dragonborn pensava em falar com o sacerdote local para obter informações antes de encontrar Araniss, Keira e Soveliss. O templo era grandioso. Enormes colunas de granito e mármore sustentavam o pesado teto de pedra branca. Estátuas representando Bahamut, o Dragão de Platina, adornavam vários nichos nas laterais do templo que estava bastante cheio. O populacho se aglomerava na entrada, esperando os nobres que saíam do culto que havia acabado de terminar. Os nobres acenavam para seus servos que jogavam moedas de cobre para os pedintes. Medrash aguardou a multidão sair e então passou pela enoprme porta de metal do templo. Porém, um soldado trajando cota de malha prateada e uma capa azul o afastou para o lado.

"Abram alas, por favor" Disse outro soldado vestido da mesma forma. Eram membros da guarda real.

Uma comitiva de vinte guardas e alguns membros da corte passou por Medrash e outras pessoas que aguardavam e então o jovem dragonborn viu uma mulher magnífica. Era humana, tinha longos cabelos loiros com tranças. Seus olhos eram de um verde profundo e seu rosto era belo. Tinha um olhar gentil e ao mesmo tempo grandioso. Era alta e aparentemente forte. Trajava uma túnica azul clara com detalhes dourados e uma capa azul escura com peles de lobo nos ombros. Sua coroa era uma simples tiara de prata com três rubis. De sua cintura pendia uma espada longa magnífica e usava botas de couro. A Rainha Nalia passou perto de Medrash sorrindo para os nobres que se aglomeravam na saída, junto do povo. Então, uma carruagem parou e ela entrou, saíndo em seguida escoltada por sua guarda pessoal.

Medrash viu um dragonborn entre eles e tentou falar com ele mas logo foi afastado pelas palavras duras do guarda. Frustrado, Medrash entrou no templo até onde estava o altar central. Sobre o altar havia um grande dragão feito de metal, possivelmente prata, representando Bahamut. Medrash fez uma reverência e falou com um sacerdote dragonborn que se encontrava próximo. Depois de várias tentativas, Medrash descobriu que ninguém ali sabia nada a respeito de Agrom-Vimak e decidiu sair e encontrar Araniss e os outros.

Araniss estava conversando com diversas pessoas na biblioteca da cidade enquanto Keira observava os passantes. Um homem alto de cabelos e barba escuros passou perto da jovem meio-elfa, acompanhado por um pequeno construto animado que carregava vários livros. Isso chamou a atenção de Keira que aproveitou para perguntar sobre as lendas que eles estavam pesquisando. O homem foi rude e disse não saber nada a respeito. Virou-se e deixou Keira falando sozinha. Indignada, a meio-elfa seguiu furtivamente o mago pelos corredores da biblioteca até uma área comum, onde vários estudantes faziam suas pesquisas sobre longas mesas de carvalho.
Keira aproximou-se sem fazer-se notar e viu uma pequena bolsa de couro amarrada à cintura do mago. Sorrindo, a meio-elfa cortou a corda com uma adaga e pegou a bolsa. Porém, num descuido, Keira balançou a bolsa e as moedas dentro dela soaram, alertando o mago. Instintivamente, Keira se afastou mas o mago disse algumas palavras mágicas e do pequeno construto de metal saíram duas esferas de energía que atingiram Keira. Sem pensar duas vezes, a jovem sorriu e correu na direção da janela mais próxima enquanto o mago gritava furiosamente chamando os guardas da biblioteca.
Keira saltou com uma agilidade felina e atravessou o vidro da janela para em seguida pousar habilmente na rua. Então, correu esquivando-se dos passantes, desaparecendo nas ruas de Ilíria.
Araniss, na biblioteca, viu toda a cena e então saiu sem chamar a atenção.

Medrash estava numa rua ampla, indo na direção dos templos da cidade quando viu Keira passar correndo.

"Ou me ajuda ou finge que não me conhece!" Disse ela parando dois segundos ao seu lado.

O dragonborn parecia não entender mas, ao ver um grupo de guardas procurando alguém, cruzou os braços e fingiu estar esperando alguém, enquanto Keira piscava e saía correndo.
Logo depois, Medrash encontrou Araniss e Soveliss perto da biblioteca. Os três comentaram a respeito do pequeno incidente envolvendo Keira e então retornaram à hospedaria onde estavam instalados. Keira estava lá, contando moedas de uma pequena bolsa de couro.

No dia seguinte, depois de traçarem planos para encontrar o sábio Nimus em Duaspedras, os aventureiros partiram de Ilíria com mantimentos para a viagem. A estrada até Barun, a pequena aldeia por onde o rio Escuro passava, parecia tranquila mas ao entrarem num pequeno bosque, foram atacados por bandidos. O combate foi árduo e em vários momentos os aventureiros pensaram que estavam perdidos pois Medrash e Araniss foram derrubados pelos assaltantes. Keira, apesar de sua agilidade, foi nocauteada e por pouco não morreu. O único que se manteve bem foi Soveliss que, ao lado de seu pequeno mascote Bahamut, se mantinha a uma distância segura. Apesar da situação desfavorável, os aventureiros conseguiram derrotar os bandidos, apesar da fuga de um deles. Enquanto se recuperavam da batalha, encontraram um esconderijo onde os bandidos tinham alguns mantimentos e itens roubados. Depois de vasculhar o local e recuperar-se dos ferimentos, o grupo partiu em direção a Barun, que estava a pouco mais de duas horas de caminhada pela estrada coberta de neve.

Barun era uma pequena aldeia construída nas duas margens do rio Escuro. Uma ponte de madeira ligava as das metades da aldeia que funcionava como um posto comercial ciom algumas lojas, armazéns e duas uma taverna. Araniss, Soveliss, Keira e Medrash se hospedaram no local e enquanto comiam algo quente tentaram saber mais sobre Duaspedras e sobre a região. Keira, inquieta, saiu da taverna caminhou pela única rua da aldeia, em direção à ponte. Lá encontrou um homem velho que, apesar do frio, pescava no amplo rio de águas rápidas.

"Boa noite senhor." Disse a jovem gentilmente

"Olá moça. Nova por aqui?" Respondeu o homem enquanto recolhia a linha de pesca.

"Sim. O senhor está pescando há muito tempo? Sabe se alguém tem relatado algo sobre bandidos na estrada ou algo fora do comum?"

"Bem, bandidos nestas bandas e no inverno não são incomuns mas passaram dois homens incomuns há algumas horas. Um deles estava bem ferido e não se demorou muito aqui. O outro era um rapaz alto de cabelos vermelhos, vestido com peles e carregando um machado de duas mãos. Ambos seguira para o leste, pela estrada."

Keira conversou ainda sobre amenidades para então deixar o homem e voltar à hospedaria. Depois de uma boa noite de sono, os aventureiros partiram de Barun mas não antes de comprar algumas poções de cura e mantimentos. Horas depois, quando a estrada cortava outro bosque, foram atacados por quatro orcs e dois lobos treinados.
Desta vez, os heróis levaram a melhor, aniquilando seus inimigos. O grupo parecia estara cada vez mais coeso e o trabalho em equipe os salvou da morte mais uma vez.

Dois dias depois, viajando sem acontecimentos relevantes, os aventureiros chegaram à Floresta Castanha. A estrada seguía floresta adentro e por um momento os heróis foram tomados por dúvidas pois a floresta antiga parecia sombria e perigosa. Apesar disso, a viagem até Duaspedras foi tranquila e depois de um dia e meio os quatro chegaram à aldeia.

As enormes pedras em arco que demarcavam a entrada da aldeia deixaram os aventureiros pasmos. Eram muito antigas e pareciam um enorme portal de pedra. A paisagem coberta de neve dava à grande clareira um ar sereno com suas casas e pequenas fazendas espalhadas. Fios de fumaça saíam das chaminés naquele fim de tarde e as luzes começavam a aparecer nas janelas das casas. O grupo entrou em Duaspedras e viu que a maioria das pessoas estava dentro de casa, com portas e janelas fechadas. O frio começava a aumentar e Medrash havia sido atacado por uma febre alta e tosse. Os quarto encontraram a hospedaria local, o Dragão Hébrio, em frente a um enorme carvalho iluminado por quatro lâmpadas mágicas no que parecia ser uma praça com bancos de amdeira. Várias pessoas se dirigiam à taverna.

Os aventureiros entraram e viram que dentro da hospedaria, um grande grupo de pessoas discutia. Um homem velho, de barba e cabelos grizalhos falava com os aldeões, pedindo calma. Ele não tinha a perna direita e se apoiava numa muleta de madeira escura.
Ninguém pareceu notar a chegada do grupo. Ninguém além deuma menina de treze anos trajando um avental cinzento.

"Boa noite viajantes. Gostariam de algo quente? Temos uma boa sopa de cogumelos e duas mesas vagas." Disse a jovem

"Obrigado menina. Vamos querer a sopa sim." Disse Araniss sentando-se à mesa.

Os demais acomodaram-se e Soveliss notou que a mesa ao lado estava ocupada apenas por um homem. Ele tinha um olhar selvagem. Seus cabelos revoltos eram longos e vermelhos e sua barba era rala. Tinha olhos verdes e aprecia ser muito forte e quase tão alto quanto Medrash. Vestia peles de lobo e ao seu lado, apoiado na mesa, estava um enorme machado de guerra.
A jovem atendente voltou com uma bandeja onde uma caçarola fumegante exalava um odor delicioso. Serviu quarto pratos de sopa e sorri gentilmente.

"Mais alguma coisa senhores?"
"Sim." Disse Araniss. "Aquele homem de muleta. Gostariamos de falar com ele quando a reunião terminar. Pode avisá-lo?" Perguntou o eladrin dando uma moeda de prata a mais do que o preço da refeição.

"Claro senhor. Pode deixar. Avisarei o senhor Ben que querem falar com ele."Respondeu feliz a menina.

Enquanto tomavam a deliciosa sopa de cogumelos, os aventureiros ouviram a um pouco do que os aldeões discutiam. Aparentemente, um monstro havia matado pessoas da aldeia e outras haviam desaparecido perto da floresta. Os aldeões pediam uma solução para o problema e Ben, o líder da aldeia, pedia calma e falava sobre estar tomando providências para resolver a questão.
Depois que as pessoas se acalmaram e deixaram a taverna, Ben veio falar com o grupo. Sentou-se à mesa e acendeu um cachimbo enquanto falava com os heróis.

Ben contou que há dois meses uma criatura entrou na aldeia e matou uma família inteira mas que algumas pessoas foram levadas. Disse também que o ataque se repetiu várias vezes mas que depois as pessoas começaram a desaparecer na floresta ou perto do rio. Contou também que Salis, o ranger elfo de Duaspedras havia tentado rastrear a criatura mas estava desaparecido há duas semanas. Além disso, Ben relatou que um grupo de aventureiros fora contratado para matar a criatura e estes haviam desaparecido dois dias depois de Salis.
Ben ofereceu uma recompensa ao falar com Medrash e Araniss. Disse ter trezentas moedas de ouro para pagá-los caso matassem o monstro. Pediu também que encontrassem Salis pois o elfo era um grande amigo seu.
O bárbaro na mesa ao lado levantou-se e interrompeu a conversa dizendo que poderia ajudar caso precisassem de mais um guerreiro para matar o monstro. Seu nome era Mikal.

Araniss perguntou a Ben Talonshield sobre Nimus e este contou que o velho era um alquimista que vivia numa cabana ao sul da aldeia, a coisa de duzentos metros floresta adentro. Disse também que Nimus era rabugento e antisocial e que ificilmente ele os atenderia. Determinados a ganhar a confiança da aldeia e de Nimus, os aventureiros aceitaram a missão de matar o monstro.

No dia seguinte, depois de todos os detalhes acertados, o grupo deixou a aldeia rumo ao norte. Por algum tempo, viajaram com a sensação de estarem sendo vigiados. Um lobo apareceu por várias vezes e ficou observando-os enquanto avançavam pela floresta. Duas horas de caminhada depois, foram surprendidos por um bandod e goblins.
A batalha foi fácil apesar dos arqueiros goblins estarem bem posicionados e de suas flechas terem sido certeiras na maioria dos ataques. Cansados depois do combate, os aventureiros pararam por alguns minutos para recuperar o fôlego.
Eles continuaram caminhando pela floresta até encontrarem rastros de um grande animal. Minutos depois, Soveliss encontrou uma corda amarrada numa árvore. Ele a cortou e um corpo despencou ruidosamente do alto da árvore. Era uma meio-elfa vestindo uma armadura de placas amassada. O corpo estava começando a se decompor e os corvos já haviam arrancado os olhos da pobre aventureira.
Olhando para cima, Medrash e os demais viram que mais dois corpos pendiam do alto das árvores. Um halfling com o corpo coberto de flechas goblins e um dragonborn. Parecia um aviso deixado pelos goblins.
Pouco depois, os aventureiros encontraram uma caverna. Na entrada, ossos de animais e também humanos estavam espalhados. Mikal pegou um fêmur e exminou.

"Urso...e dos grandes." Disse o bárbaro.
"Fiquem preparados." Disse Araniss enquanto acendia um bastão solar.

Keira examinou a entrada da caverna e não encontrou nenhuma armadilha. Então, os heróis entraram no covil da critatura.
A caverna era profunda e o cheiro de carne podre permeava o local. Haviam restos de corpos por toda parte e o som de ossos sendo quebrados vinha do fundo da gruta. O grupo chegou até onde o som era mais alto e a luz do bastão solar iluminou toda a aárea. Um urso das cavernas enorme estava mastigando algo e quando viu o grupo ficou de pé sobre as patas traseiras e rugiu.

Mikal rugiu de volta e correu na direção da fera empunhando seu machado. Foi seguido por Araniss e Medrash enquanto Soveliss ficava num ponto seguro da caverna, com Bahamut sobre seu ombro. Keira correu para atacar o urso também.
A fera atacava enfurecida e cortava a carne dos heróis com suas poderosas garras. O grupo desferia golpes poderosos contra o enorme urso mas a pelagem grossa do animal parecia resistir aos ataques. O combate contra o urso durou mais do que os aventureiros esperavam. A cada ataque selvagem, sangue jorrava nas paredes da caverna. Então, Mikal atacou cravando seu machado fundo no peito do animal. Mesmo assim, o urso rasgou o ventre do bárbaro e o arremessou para trás. Medrash e Araniss golpearam o urso pelos flancos e Keira arremessou uma adaga cegando-o. mesmo assim, quando o urso caiu morto depois do exaustivo combate, Mikal estava além da salvação. Sua barriga estava berta e seu corpo jazia inerte ao lado do monstro.

Apesar de não ser um amigo de longa data, os aventureiros sentiram a perda do bárbaro pois este era um guerreiro honrado e lutou não só pela sua vida mas pela deles. Araniss, Medrash e Soveliss fizeram uma pira funerária na clareira acima da caverna e foi o paladino quem disse breves mas profundas palavras sobre Mikal.

"Avandra, recebe em teus braços a alma deste guerreiro que lutou ao nosso lado e teve uma boa morte. Que ele fique ao teu lado e viva eternamente nos caminhos de teu reino."

Enquanto isso, Keira retirava a pele do enorme urso, pensando na possibilidade de conseguir algum dinheiro com ela em Duaspedras. Medrash usou o machado de Mikal para cortar a cabeça do monstro, a fim de mostrar a Ben Talonshield a prova da morte da criatura. Depois de algum descanso, os aventureiros tomaram o caminho de volta para a aldeia, enquanto a pira de Mikal ardia alta.

Horas depois, em meio a grandes árvores, Araniss ouviu ruído. Vozes estridentes pareciam discutir numa língua estranha para ele. Ele levantou sua mão direita sinalizando para os demais que pararam instantaneamente.

"Vozes à frente...vejo goblins entre as árvores." Disse o paladino sussurrando.

"O que vamos fazer? São muitos?" Perguntou Medrash.

"Sim, nove deles. Um está amarrado e estão prontos para executá-lo, ao que parece." Respondeu Araniss.

"Podemos dar a volta e deixar que se matem." Disse Keira em voz baixa.

"Ou podemos tentar minha idéia." Disse Soveliss com um sorriso nos lábios. "Garanto que vai dar certo." Completou o mago.

(Tradução livre da língua goblin)

"Kubik tem que morrer! Ele queria ajudar os humanos idiotas!" Disse Brugut, o forte, que usava um crânio de lobo sobre a cabeça. "Mas eu quero matá-lo! Seus arqueiros não vão me tirar esse prazer, Menguk!" Completou Brugut gritando

"Ele tem que morrer mas o prazer é meu Brugut. Arqueiros preparem-se!" Respondeu Menguk, o mago.

"Não não não! Ele é meu e vocês vão morrer pelo meu machado se o matarem antes de mim!" Vociferou Brugut colocando-se entre Kubik e os arqueiros goblins.

(fim da tradução)

Subitamente, um rugido selvagem ressoou pela clareira. Os goblins viraram-se, reconhecendo o som. A cabeça de um urso enorme apareceu entre os arbustos mais altos e moveu-se, rugindo ferozmente.
Imediatamente, os goblins gritaram e saíram correndo em todas as direções. Todos menos Brugut, que tinha a fama de ser destemido. O goblin sacou seu machado e gritou, correndo na direção do "urso".
Keira soltou a cabeça morta do animal e esquivou-se do ataque de Brugut. Em seguida seus amigos estavam sobre o goblin que antes de morrer conseguiu ferir alguns deles com seus ataques.

Quando o Brugut caiu, o pequeno goblin que estava amarrado a uma estaca de madeira fincada no chão gritou na língua comum:

"Vocês herói! Salvar Kubik de morte! Kubik ser goblinbom! Ajudar Kubik!"

Os aventureiros acharam estranho e Soveliss se aproximou do goblin.

"O que aconteceu aqui, goblin?" Perguntou o mago tranquilamente

"Goblins querer Kubik morto porque Kubik querer avisar humanos!" Disse a criatura. "Vocês aqui para matar grande-verde?"

"Grande-verde?!" Perguntaram todos ao mesmo tempo.

Soveliss gesticulou e as cordas que prendiam o goblin se soltaram. Pasma, a criatura lançou-se de joelhos diante do mago.

"Mestre! Obrigado por salvar Kubik. Agora Kubik servir mestre até Kubik morrer!"

Sem graça, Soveliss sorriu e ordenou ao goblin que se vestisse pois viu que o mesmo estava vestindo apenas uma tanga de peles. Kubik rapidamente tirou as roupas de Brugut e sorriu ao ficar mais quente.

A neve caía fina e os aventureiros decidiam o que fazer em seguida. Pela descrição de Kubik, o 'grande-verde' era um dragão que havia dominado uma tribo goblin e exigia tributo. Por isso os goblins estavam sequestrando pessoas em Duaspedras.
Apesar da vontade de resolver o problema de uma vez, visto que Kubik mencionou um caminho secreto até o dragão, os heróis estavam bastante feridos e cansados e era mais sensato retornar a Duaspedras para recompor-se.

O grupo estava quase chegando à aldeia quando um lobo apareceu. O animal rosnava e em segundos assumiu a forma de uma bela elfa de longos cabelos trançados e roupas de couro. Estava descalça e carregava consigo um cajado de ébano. A mulher olhou para Keila com raiva nos belos olhos azuis e disse:

"Assassinos...porque o mataram?Respondam!"

"Nós achamos que o urso era responsável pelas mortes na aldeia, nós sentimos mui..."Disse Keira sendo logo interrompida pela elfa.

"Vocês erraram. Deixe a cabeça dele no chão agora!"

Keira fez o que a ela mandou, ainda mais quando cinco lobos apareceram ao seu lado, rosnando. A mulher então pegou a cabeça do urso e apontou para o leste com seu cajado.

"O verdadeiro monstro está lá."

A elfa virou-se e desapareceu entre as árvores da floresta, seguida pela alcatéia.
Horas depois os aventureiros chegavam a Duaspedras. Depois de uma noite de descanso, foram tentar falar com Nimus em sua cabana.
Era uma casa de pedra, duzentos metros floresta adentro, guardada por um enorme mastim. O cão latiu ferozmente quando os aventureiros se aproximaram mas apesar disso Araniss não se amedrontou. O paladino avançou mais alguns passos até onde o cão estava acorrentado e bateu palmas chamando Nimus.

A porta se abriu e dela saiu um velho de nariz pontiagudo e dedos longos. Estava curvado e sua barba era longa, quase tocando os joelhos. Tinha poucos cabelos e estes eram longos e brancos. Seus olhos eram escuros e observavam os aventureiros.

"O que querem aqui? hein?" Disse Nimus com desdém.

"Precisamos de poções senhor. Poções de cura e antídotos." Respondeu Soveliss

"De cura eu tenho. Custam cinquenta moedas. Andem não tenho o dia todo!"

"E antídotos?" Perguntou Medrash

"O que foi bafo de lagarto? Não ouviu? Não tenho!" Ginchou o velho

"Certo...senhor serão duas poções de cura então." Interrompeu Araniss aproximando-se para pagar.

O velho tomou o dinheiro e contou rapidamente as moedas, entrando e fechando a porta atrás dele. Minutos depois reapareceu e entregou dois vidros de poção para o paladino.

"Pronto. Agora sumam!" Disse fechando a porta com força.

Um corvo pousou sobre a cabana e olhou para os aventureiros. Era Galagakos, o mascote de Nimus. Ele entrou na casa e o silêncio voltou a reinar na pequena clareira.



Kubik guiou os aventureiros pela floresta por horas. Subidas, descidas, escaladas e buracos. Horas e mais horas.

"Você disse que era um atalho Kubik." Disse Keira um tanto impaciente.

"Não não não! Kubik dizer 'caminho secreto' não atalho!" Respondeu prontamente o goblin que carregava a mochila de Sovelis nas costas.

O goblin os levou até um barranco profundo e então encontraram um tunel baixo por onde Kubik podia passar facilmente mas o resto do grupo era obrigado a rastejar. Com um certo receio, os aventureiros seguiram o golbin através do tunel, esperando pelo pior.
No fim do tunel, a caverna ficava mais ampla e mais alta e os aventureiros seguiram Kubik na semi-escuridão do lugar. De repente, Kubik parou e disse haver goblins à frente. Keira se esgueirou e contou nove goblins. Haviam tambémcorpos mutilados na caverna e um fosso de onde vinha um cheiro horrendo de carne podre.

Os aventureiros ponderaram por algum tempo sobre como iriam atacar e então, depois de decidir, entraram no salão subterrâneo dispostos a aniquilar os goblins. Kubik e Bahamut ficaram no tunel, protegidos.
O combate foi difícil mas no fim, os heróis venceram. Kubik e Bahamut mataram juntos um dos goblins que tentava fugir e pareciam orgulhosos do feito.
Keira e Soveliss vasculharam uma pequena sala no norte da caverna e descobriram um pequeno tesouro e uma passagem secreta que levava para baixo por um tunel escuro e escorregadio.
Os heróis entraram, usando um bastão solar para enxergar. Kubik então parou e disse gaguejando:

"Mestres, Kubik fica aqui. Grande-verde mora fim do caminho. Kubik espera aqui, sim?"

Soveliss concordou e o goblin ficou para trás na escuridão. O grupo avançou devagar, esperando um ataque a qualquer instante. Um cheiro fraco de e um vapor úmido pairavam no ar. O gotejar constante na caverna adiante os deixava cada vez mais nervosos e eles avançavam com cuidado.
No fim do túnel, um pequeno salto de um metro e meio os levou até um grande salão de pedra natural. Eles notaram um montículo de ouro e jóias no centro da caverna e então, o som de asas de couro batendo surgiu nas trevas. O monstro, um dragão verde jovem, pousou diante do tesouro e olhando para eles fixamente por alguns instantes, rugiu terrívelmente...