segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Os Quatro Heróis

Enquanto a Ordem da Liberdade enfrentava Ogramum, quatro aventureiros estavam prestes a enfrentar uma de suas maiores aventuras...




Carric surgiu das sombras, assustando uma das crianças recém salvas da fortaleza orc. Antes que a menina pudesse gritar, Kraig cobriu sua boca sussurrando "É amigo...".

"Doze guardas...algo parece estar criando alvoroço no acampamento."Disse o elfo em sua língua natal "Não é seguro. Não com essa gente toda." Completou apontando para os prisioneiros

"Não há outro caminho Carric. É isso. Vamos Conseguir. Você e Linfur cuidam dos guardas. Eu, Kraig e os goliaths que podem lutar seguramos os orcs enquanto as pessoas seguem pela trilha nas pedras." Disse Damara em élfico, bastante segura de si.

"Damara, essas pessoas vão morrer como moscas. Precisamos ser furtivos."Disse o elfo

"Eu sei Carric. Eu sei."Damara olhou para as crianças e para as mulheres e pessoas doentes do grande grupo. "Você, goliath, qual é seu nome?" Perguntou para um dos enormes soldados que ainda tinham condições de lutar.

"Makel, senhora."Respondeu o goliath com firmeza

"Makel, você e seus homens sabem lutar em formação?"

"Sim senhora. Escudos e lanças. Não temos todas as armas que os orcs nos roubaram mas conhecemos as táticas."Respondeu Makel

"Certo. Vocês vão formar uma parede comigo e Kraig. Quero apenas um de vocês levando as pessoas em silêncio e em fila."Disse a guerreira de cabelos ruivos

"Mas não sabemos o caminho senhora." Disse o grandalhão um pouco confuso

"Carric vai mostrar ao menor e mais furtivo dos seus."Respondeu Damara olhando para as pessoas que pareciam esperar mais do que ordens.

O elfo concordou e escolheu um dos goliaths menores, que dizia ter experiência como batedor. Demoraram alguns minutos na trilha e quando voltaram, tudo estava preparado para a fuga.



Gork era novo. Havia sido nomeado vigia de acampamento e estava entediado. Ninguém ousava penetrar no vale do exército orc. Era um orc alto e forte e tinha uma boa lança. Estava ansioso para entrar em combate contra os humanos de Skan. Gork estava perdido em pensamentos quando viu algo diferente, alguns metros à frente, na elevação de pedra odne se encontrava. Era uma moeda de ouro. O orc ficou entusiasmado e caminhou na direção do objeto brilhante. Então algo saltou sobre ele. Algo pequeno mas mortal. Dois cortes rasgaram a garganta de Gork, o orc, e este caiu. Porém, a pequena figura que o atacara fez questão de segurar o corpo inerte até que tocasse o chão sem fazer barulho. Linfur esgueirou-se pelas sombras e arrastou o cadáver do orc até uma reentrância nas rochas. A quinze metros dali, outro orc caía silenciosamente, vítima de Carric.

Os prisioneiros seguíam em fila, esgueirando-se pelas rochas a caminho do pequeno túnel que os levaria para fora do acampamento orc. Os goliath caminhavam ao lado da linha de camponeses, tentando manter a ordem e o silêncio. Era de dia mas as sombras da montanha se projetavam sobre a trilha.

Carric era rápido, três orcs haviam caído vítimas de suas flechas. Linfur era silencioso e outros quatro estavam mortos quando o grupo de Damara começou a se aproximar da passagem. Foi então que Carric atingiu um orc que gritou de dor. A segunda flecha o silenciou mas era tarde.

O alarme soou.

Os guardas do acampamento gritaram e logo um grande grupo de orcs estava correndo na direção dos fugitivos. As pessoas começaram a entrar em pânico, vendo a morte em forma de lanças e presas. Os goliaths formaram a parede de dez homens perto da passagem enquanto os prisioneiros corriam para a salvação. Kraig ficou à frente do grupo de guerreiros. Parecia uma criança ao lado dos enormes goliaths mas sua determinação era a de seus ancestrais, os anões das montanhas.

"Fiquem juntos!"Gritou o anão "Fiquem juntos seus grandes cagalhões de pele branca!"

"Façam o que diz o anão, soldados de Skan! Façam os orcs pararem em suas lanças!" Gritou Damra juntando-se a eles

E os orcs atacaram. Muitos deles, em sua fúria descontrolada, foram repelidos pela parede de escudos dos goliaths. Damara atacava com sua espada de duas mãos e gritava ordens. Kraig protegia suas costas. Os goliaths lutavam bem mas muitos orcs se juntavam aos atacantes. Felizmente, os prisioneiros estavam quase todos na passagem.
As flechas de Carric pareciam surgir de todos os lados pois o elfo corria enquanto disparava. Linfur havia desaparecido mas os orcs que caíam sozinhos eram o sinal de que os Irmãos de Sangue precisavam.

Os goliaths avançaram, empolgados pelos primeiros orcs que cairam com facilidade. Damara continuava gritando ordens. Kraig xingava e protegia sua companheira de grupo.

"Não avancem! Protejam as pessoas!" Gritou a ruiva

Os goliaths haviam perdido a disciplina. Estavam indo na direção do acampamento, matando orcs.
"Não!" Gritou Damara "Voltem para a formação!"

"Voltem seus gigantes sem cérebro crias de bosta de orcs!" Gritou Kraig recuando ao lado de Damara

Os goliaths voltaram, ao menos a maioria. Mas era tarde. Os orcs estavam vindo com tudo. Flechas cortaram o ar e algumas atingiram a armadura de Damara e o escudo de Kraig. Alguns goliaths caíram. Carric disparou flechas contra os orcs e correu na direção de seus amigos.

"Temos que correr. Não podemos conter todos eles."Disse ele em élfico

"Linfur!"Gritou Kraig "Onde você se meteu?"

Então Linfur apareceu em cima das rochas, perto do acampamento. Tinha uma tocha na mão esquerda e sorria, algo raro para o halfling.

"Mas que diabos?!"Resmungou o anão

Linfur então arremessou a tocha na direção do acampamento e segundos depois houve ume enorme explosão. Chamas irromperam no acampamento e os orcs viraram-se para ver o que estava acontecendo.

"Vamos...vamos!" Ordenou Damara.

Os fugitivos correram para a passagem. Carric foi o último a chegar. Kraig olhou na direção da rocha onde estava Linfur mas este havia desaparecido. "Vamos logo...ele sabe se cuidar."Disse Damara
Os Irmãos de Sangue correram pela abertura nas rochas, seguindo os sobreviventes da fuga. Apenas alguns orcs os seguiram e foram despachados rapidamente pelo machado de Kraig.

Quando estavam a uma distância segura, Damara organizou o grupo novamente. Faltavam seis goliaths e dois camponeses. Para a guerreira, essa perda era grande. Porém, estavam fora do acampamento. Teriam que continuar andando rápido para alcançar a floresta. Lá seria mais fácil fugir dos orcs. Damara sabia que Linfur conseguiria sair do acampamento e encontrá-los. Ela sabia bem do que seus amigos eram capazes.

"Vamos embora. Temos muito o que caminhar e os orcs não devem ficar muito tempo distraídos."

BUUUUMMMM!

Algo ressoou no acampamento orc. Era como o som de pedras sendo arremessadas contra a montanha.

BUUMMMMM!!!

"Kraig..."Começou Damara

"Catapultas. Com certeza. Reconheceria o som até dormindo."Disse o anão

"O exército de Skan?"Perguntou Carric

"E talvez o do meu pai. Que Moradin abençõe aquele velho desgraçado!" Disse kirag satisfeito

"É seu pai..."Disse Damara sorrindo "Vamos, não podemos perder tempo".

Uma figura apareceu acima das rochas. Era um orc. Vestia roupas de couro negro e usava um arco longo. A flecha negra zuniu e atingiu Carric antes que Damara pudesse gritar. O elfo caiu. Estava ferido mas ainda era capaz de revidar. Sacou duas flechas e disparou deitado. A primeira atingiu a perna do orc. A segunda o peito. O agressor caiu, desaparecendo atrás das rochas.

"Carric você está bem?" Perguntou Damara preocupada

"Eu...veneno..."Disse o elfo desmaiando




Os Irmãos de Sangue viajaram por dois dias. A febre de Carric persistia. Nenhum dos aventureiros sabia o que fazer para acabar com o efeito do veneno da flecha orc. A cada hora parecia que o elfo estava mais perto da morte. Linfur ainda não tinha aparecido e Damara temia pelo pior. Não foram seguidos por orcs mas Damara e Kraig estavam preocupados e não conseguiam ordenar os pensamentos.

"Vamos acampar aqui." Disse Damara ao atingirem uma clareira em meio a um pequeno bosque "Kraig, cuide de Carric. Organize as pessoas. Preciso de um minuto." Disse a guerreira ruiva afastando-se.

Damara caminhou até afastar-se das pessoas que se acomodavam na clareira. Tirou um pedaço de pergaminho de dentro da mochila. Respirou fundo lembrando-se de quando Soveliss pediu que o abrisse apenas quando estivesse a salvo. Então, Damara desenrolou o pergaminho e leu a carta do mago eladrin.

"Milady Damara,

Palavras são ínfimas na língua Comum para lhe dizer o que eu queria ter coragem de falar-te. Apesar do refinamento, Élfico também não é a linguagem adequada também para expressar um sentimento tão forte.
Não sei exatamente como se dá com os humanos, mas Algo em meu coração grita quando vejo você, ou quando a vejo lutar.
O sorriso que traz cor ao ambiente, a fala que realça o gosto dos alimentos, a face que faz o palpitar ser mais forte, mais sentido, avassalador.
Avassalador como quando guerreias, a inspiração que flui de ti para os companheiros e que faz a todos melhorar.
Confesso que sei que somos diferentes, tu és humana, e eu eladrin. Tens uma energia, uma espécie de pressa, cravada no coração de todos os humanos, que lhe da um que a mais.
Gravo em pequenas palavras aqui, ainda chove la fora enquanto o único que esta alerta é meu irmão, em seu sono meditativo. Acham que eu estou estudando, como de fato estou, mas resolvi escrever, o que não tenho ainda como falar-lhe.

Que energia é essa, doce humana chamada Damara, minha querida e doce Damara? Que atração forte é essa que sinto por ti? Inspira-me a caprichar mais as magias, as energias místicas chamativas parecem fluir de forma mais apaixonante e, nunca vi isso nos livros, talvez em romances humanos de livretos que peguei em certas bibliotecas.

Ensina-me minha doce Damara, ensina-me que sentimento é esse... Eu lhe ensinarei, não... seria pedir demais... eu não lhe ensinarei.. não é isso que meu coração fala. O espírito pede para que eu escreva, LHE escreva essas palavras quando a tinta já seca na pena...

Ensina-me que sentimento é esse que me faz querer lhe falar:

”Deixa-me ser teu, deixa-me ter-te. Não tenho pertences que lhe agradem, mas tenho a única coisa que posso lhe dar... tenho a mim mesmo...
Sou teu no momento em que abriste com os teus “irmãos” uma tumba e com choque pus os olhos em ti...”

por meio desta, e percebendo que não posso mais continuar devido a tinta acabar, lhe falo...

”Sou TEU... dou-te a mim mesmo.. MINHA Damara”

Agora sabes o que ...

Soveliss"

As últimas palavras estavam borradas pela água da chuva. Certamente Soveliss havia escrito a carta durante a viagem até a fortaleza orc.

Damara terminou de ler e sorriu. Ela gostava do eladrin. Não sabia por que mas gostava dele. Sentiu-se reconfortada. Talvez fosse apenas um capricho. Talvez fosse algo mais forte. Porém, a aparente fragilidade do mago a atraía. Apertou o pergaminho contra o peito, sorrindo, mas algo a trouxe de volta à realidade. Era a voz de Kraig.

"Damara...Carric...ele...ele..."Disse o anão soluçando

"Não..."Disse Damara correndo de volta para o acampamento

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Reencontros - Parte II

A Ordem da Liberdade cavalgava por um pequeno bosque. Haviam deixado o vale dos orcs com os cavalos mágicos criados por Soveliss mas agora usa vam cavalos reais, que haviam sido deixados por eles e pelos Irmãos de Sangue aos cuidados de Kubik, o goblin, que parecia muito feliz em reencontrar seu mestre, Soveliss.

Cavalgavam em silêncio. Não chovia mais e o dia estava ensolarado mas a sombra ainda pairava sobre o vale, onde a batalha parecia continuar, considerando a fumaça de incêndios vista a quilômetros de distância. Era o terceiro dia de cavalgada.

"Tem algo adiante." Disse Adrie, apontando para um montículo de pedras numa clareira

O grupo chegou até o local e viu o que parecia ser um túmulo recente. Havia sinais de acampamento na área e pegçadas de muitos humanóides.

"Kubik, cuide dos cavalos. Ecniv, se puder, prepare algo para comermos. Adrie você pode montar acampamento com aquele ritual das fadas e..."Disse Arannis mas então percebeu que a elfa olhava fixamente para o túmulo

"Seria bom sabermos de quem é esse túmulo. Orcs não enterrariam inimigos ou aliados assim."Disse Soveliss

Enquanto os demais montavam acampamento, Adrie desenhou um círculo com pequenas pedras brancas. Pegou algumas ervas em sua bolsa e as colocou dentro de um prato de madeira. Ela entoou um cântico antigo, numa língua que ela mesma não compreendia totalmente e então, uma lufada de vento soprou as folhas que rodopiaram acima do prato. As pedras brilharam por um instante e então quatro figuras fantasmagóricas surgiram diante de Adrie, que estava sentada com os olhos fixos nos espíritos.

"Quantas perguntas temos?"Perguntou Arannis enquanto Murmur observava, curioso

"Quatro..."Disse a elfa apontando para os espíritos "Quem passou por aqui nos últimos dois dias?" Perguntou

O espírito com rosto de lobo abriu os olhos, que brilharam intensamente, e respondeu. "Muitos humanos, um anão, quatro goliaths e um halfling."

"Quatro goliaths?!" Exclamou Murmur preocupado "Somente quatro?!"

Adrie fez sinal para que o grandalhão ficasse quieto e continuou "Quem está neste túmulo?"

O espírito com rosto de águia abriu os olhos e respondeu enquanto o anterior desaparecia com uma brisa suave. "Um elfo."

Adrie engoliu seco, olhou para seus amigos e continuou. "Como...como era esse elfo?"

O espírito com rosto de urso respondeu da mesma forma. "Um elfo. Cabelos esverdeados e longos. Olhos claros. Alto. Roupas verdes. Arco de batalha"

Adrie estava visivelmente abalada pelas respostas mas, a pedido de Arannis, perguntou. "Ele lutou e morreu aqui?"

O último espírito, cujo rosto era uma máscara como a casca de um carvalho respondeu. "Não houve batalha aqui. O elfo morreu por causa de ferimentos e veneno."

"Carric...não..."Disse Adrie baixinho enquanto o espírito desaparecia

Todos olharam para a elfa. Todos concordavam que Carric, o arqueiro elfo dos Irmãos de Sangue estava enterrado ali.

"Adrie...eu...eu sinto muito."Disse Arannis tocando o ombro da elfa

A druida olhou para o paladino. Levantou-se e pegou suas coisas. "Volto logo." Disse ao desaparecer entre as árvores.

Keyra tentou seguí-la mas Adrie simplesmente desapareceu.

Horas depois, quando o grupo comia perto da fogueira, a elfa retornou. Estava diferente. Sombria.

Soveliss correu até ela e sorriu enquanto colocava suas mão sobre os ombros de sua amiga.

"São tempos sombrios, mas não é porque o céu escureceu que o sol parou de brilhar." Disse ele gentilmente

Adrie tentou sorrir. Deitou-se perto da fogueira e adormeceu.




Dois dias depois, perto de uma colina, os heróis avistaram um grupo grande de pessoas acampadas. Cavalgaram, colina acima, com esperança em seus corações. Ao chegar viram que se tratava dos sobreviventes da prisão orc. Arannis e Murmur foram á frente, falar com os goliaths que restavam. Adrie permaneceu em seu cavalo, ao lado de Keyra e Ecniv.
Soveliss buscava desesperadamente, olhando em todas as direções, na multidão. Então, uma jovem de cabelos de fogo apareceu.

"Finalmente."Disse ela enquanto o eladrin saltava do cavalo.

Soveliss correu na direção de Damara e a beijou intensamente. "Finalmente..."Disse ele beijando-a uma segunda vez."

Kraig apareceu em seguida e comprimentou os aventureiros um por um. Tinha alguns ferimentos mas estava bem.

"Carric...?"Perguntou Adrie

"Ele...morreu uma morte boa."Disse Kraig contendo sua natureza barulhenta

Adrie suspirou e olhou na direção de onde eles haviam deixado o túmulo do elfo. Tinha certeza absoluta agora.

O sol estava nascendo naquele momento e uma suave brisa soprou os cabelos da elfa. Ela sentiu algo bom naquela brisa. Um cheiro, um tom conhecido e então lembrou-se das últimas palavras em élfico do arqueiro e uma lágrima correu pelo rosto da elfa, passando por cima do leve sorriso que esboçara.

"Espero ver você de novo..."

Reencontros - Parte I

"Nos rendemos!" Gritou o capitão orc, soltando seu machado, que caiu ruidosamente no chão da caverna "Gral, solte a arma!"Ordenou ao enorme orc que estava ao lado de Arannis, lutando com salvageria no olhar

"Rendam-se!" Ordenou o paladino de avandra enquanto seus companheiros se reagrupavam "Rendam-se e não serão mortos." Repetiu

"Não serão mortos?! Como assim?! Eles quase mataram o goliath e Adrie ficou bem ferida!" Esbravejou Keyra indignada "Você ficou louco? Deixar esses orcs vivos só vai piorar nossa situação! E se eles se voltarem contra nós quando estivermos retornando?"

"Keyra, eu não vou matar quem se rendeu pacificamente. Nem você!" Disse Arannis levantando a voz

"Qual é o seu problema?! Eles são orcs!" Insistiu Keyra com a faca pronta para degolar um dos orcs que estava próximo, de joelhos

"Eu concordo com o paladino. Um inimigo que se rende, não deve ser morto friamente." Disse Murmur abaixando sua lança

"Vocês estão loucos!" Disse Keyra mais uma vez "Adrie? Me ajuda aqui?" Pediu a meio-elfa, olhando para a druida que voltava à sua forma élfica

"Deixá-los vivos pode nos atrapalhar. Temos uma missão, Arannis."Disse a elfa

"Podemos deixá-los nas celas. Ogramum está logo atrás daquela porta."Interveio Ecniv apontando para o túnel acima, depois de um mesanino que fora parcialmente destruído por uma bola de fogo lançada por Soveliss

"Ecniv tem razão." Disse o mago usando um truque mágico para ficar limpo depois da batalha

"Keyra, guarde a faca. Murmur, amarre estes três. Vamos fazer o que Ecniv sugere." Disse Arannis num tom firme, enquanto encarava a ladina

"Vocês é que sabem..."Disse Keyra visivelmente contrariada. Em seguida olhou para o líder dos orcs e passou o dedo pela própria garganta, num tom de ameaça.

"O outro túnel ruiu. Não virão soldados orcs dali. Vamos subir e acabar logo com isto?" Disse Soveliss

"Sim irmão. Ogramum irá pagar pelas vidas inocentes que ceifou." Respondeu o eladrin enquanto se teleportava para cima do mesanino de madeira

Murmur empurrou os três orcs para dentro de uma das celas e retornou até onde a Ordem da Liberdade estava. O goliath não conseguiu deixar de sorrir por um instante. Estava livre e seus amigos estavam a caminho de Skan e agora, ele estava com um grupo de heróis um tanto confusos mas determinados a fazer justiça.

A pequena ponte de madeira era firme e levava do mesanino, na caverna, até um túnel elevado. Havia uma maciça porta de madeira no final. Arannis testou a porta. Estava barrada por um caibro. O paladino olhou para Keyra, esperando uma resposta e esta deu de ombros e disse:

"Derrube...eu abro fechaduras."

Arannis olhou então para Murmur e este entendeu. Usando sua força, o goliath chutou a porta que caiu inteira. Adrie, em forma de urso, o ajudou. Havia uma sala com paredes de madeira onde um grupo de orcs muito bem equipados esperava. No centro da sala estava Ogramum. Era o maior orc que os heróis haviam visto. Tão alto quanto Murmur e visivelmente mais forte. Usava uma armadura de metal pintada com símbolos orcs. Uma pele de urso pendia dos ombros e em suas mãos havia um enorme machado de duas mãos. Ogramum tinha inúmeras cicatrizes e suas presas eram negras e pontiagudas.
Atrás dele, dois orcs giravam espadas curvas presas a correntes e tomavam posição. Subitamente, saindo de outra sala escondida por uma cortina de couro, surgiu uma mulher orc. Seus seios estavam à mostra e ela estava pintada da cabeça aos pés. Usava peles e uma cimitarra na cintura. Trazia consigo um totem escuro e o que mais chamou a atenção dos heróis foram seus olhos.
As pálpebras estavam pintadas de negro e dos olhos escoriam lágrimas vermelho-sangue. A impressão era de que a orc não tinha olhos. Ela gritou em sua língua selvagem e gargalhou enquanto energías mágicas saíam de seu totem.

Adrie estava em forma de urso e viu que um círculo mágico surgiu aos seus pés. Correntes vermelhas emergiram do solo, aprisionando a druida. As correntes queimavam sua carne e se enrolaram em seu corpo, apertanto cada vez mais. Adrie urrou em sua forma animal e caiu incosciente. Ecniv tocou sua flauta mágica frenéticamente e energías místicas saíram dela, curando sua companheira de grupo antes que esta sucumbisse ao poder malévolo de Vox, a Sem Olhos.

Arannis sacou sua espada e gritou enquanto corria na direção de Ogramum e seus homens.
"Por Avandra! Avante Ordem da Liberdade!"

Murmur o seguiu de perto e estes formaram um perímetro perto do túnel, tentando não ficar cercados. Keyra correu e deu cambalhotas, passando pelos inimigos e indo até o fundo da sala com sua agilidade felina.

Adrie, retomando a consciência, transformou-se em pássaro e as correntes caíram no chão, desaparecendo em seguida. A druida voou na direção de Vox e rodopiou no ar, mudando de alvo na última hora. Transformou-se em lobo e invocou um lobo feito de energía e ambos saltaram sobre Ogramum, tentando derrubá-lo. Murmur atacou o líder orc junto com a druida.

Soveliss disparava magia contra os lacaios do orc enquanto Arannis protegia o grupo, ficando entre eles e os orcs. Ecniv se mantinha atrás, atento, enquanto Keyra lançava adagas e cortava gargantas, movendo-se com a velocidade de um raio pelo campo de batalha.

Ogramum era um oponente formidável. Por mais de uma vez ele e os orcs com armas presas a correntes derrubaram Murmur, o goliath. Mas foi Vox, a Sem Olhos que desferiu os golpes mais terríveis. Ela lutava de olhos fechados, tomada por uma fúria terrível.
Então, Murmur a atingiu com sua lança mágica e perfurou sua coxa. A orc gritou de dor e Ogramum foi tomado por uma salvageria incontrolável.

Murmur então sorriu e atacou novamente a mulher, atingindo-a no estômago. Ogramum lançou-se sobre o goliath, e os jdois começaram a trocar golpes rápidos e mortais. Vox correu, tentando fugir e Adrie rosnou e transformou-se em pantera. Em questão de segundos alcançou a orc e saltou sobre ela, atingindo-a com as presas na nuca.

Adrie virou-se, em sua forma de pantera, e estava com a boca cheia de sangue da inimiga morta. Então correu de volta, assumindo sua forma élfica e gritou: "Renda-se!" enquanto apontava para o corpo inerte de Vox.

Um orc tentou atacar Arannis que estava diante de Ogramum mas o paladino simplesmente girou a espada e atacou de costas, sem olhar. A lâmina mágica penetrou fundo na barriga do inimigo que caiu sem conseguir entender como o eladrin tinha sido tão rápido.

Ogramum estava furioso mas olhou em volta e percebeu que estava sozinho. Seus homens estavam mortos e sua mulher, Vox, jazia adiante, morta pela elfa.
O enorme orc caiu de joelhos diante de Arannis, soltando seu machado.

BUUUUUUUUUUUUUM!!!

O som de pedra contra pedra ressoou terrivelmente pela caverna. Algo enorme havia atingido a fortaleza de Ogrmaum e orcs corriam adiante, em direção ao portão de madeira.

BUUUUUUUUUUUUUM!

Novamente o lugar estremeceu e orcs gritaram ordens em sua língua.

"Em nome de Melora...o que?" Perguntou Adrie

"Uma batalha, estrume das fadas." Respondeu uma voz acima da mesa onde Ogramum e Vox haviam deixado mapas e papeis.

A Ordem da Liberdade olhou na direção da voz e não viram nada. Então, um vulto negro ficou visível. Era um drow de cabelos curtos, vestindo uma armadura que emanava uma aura de trevas. Sua capa era negra e ele tinha duas adagas curtas presas à cintura. Era baixo e sorria como um agente da morte.

"Não vão matar esse incompetente?"Disse apontando para Ogramum

"Quem é você?" Perguntou Arannis apontando sua espada longa para o drow

Este apenas sorriu e olhou para a cortina de couro ao seu lado. A cortina mexeu-se e de dentro da sala saiu outro drow. Este trajava uma armadura de placas negras com o emblema das aranhas de Lolth. Era alto e trazia consigo uma espada longa preza às costas. Sua capa era roxa e arrastava-se pelo chão da fortaleza. Na sua mão esquerda levava um elmo com a viseira trabalhada na forma de um rosto cadavérico de cor negra. Seus cabelos eram longos, presos numa trança e seu sorriso era perturbador. Lhe faltava um olho, que havia sido substituído por uma gema visivelmente mágica.

"Pesadelo..." sussurou Adrie espantada

"Ora ora...esses não são os escravos fugidos?" Disse o drow na língua comum, com um forte sotaque

"Não sei. Mas adoraria matá-los." Disse o outro

"Não. Eles são estrume...são formigas. Mate Ogramum."Disse Pesadelo

O drow sobre a mesa lançou uma de suas adagas curvas e esta cortou o ar mas Arannis colocou o escudo na frente do orc rendido. A faca bateu contra o metal e em seguida retornou à mão de seu dono.

"Nobre...muito nobre. Vou me lembrar disso, estrume de fadas." Disse o assassino

"Lembre-se disto!" Gritou Keyra enquanto arremessava sua adaga mágica.

A arma zumbiu pelo ar, na direção de Pesadelo mas este apenas segurou a arma com a mão enluvada. A adaga desapareceu, retornando á mão de Keyra.

"Brincaremos outra hora, meio-elfa. Agora temos coisas a fazer." Disse Pesadelo sorrindo "Vamos."Ordenou calmamente, seguindo para a porta de madeira onde mais orcs corriam para fora do forte.

"Nos veremos de novo..."Disse o outro drow ficando invisível

BUMMMM!!! BUMMM!!!

Mais pedras atingiram a fortaleza.

"Pode ser o exército de Skan." Disse Murmur

"Não há tempo. Adrie?" Disse Arannis virando-se para a druida

"Peguei tudo."Respondeu a druida, que havia guardado mapas e cartas tomadas de Vox, a Sem olhos

"Vamos embora." Disse o paladino que foi seguido pelos demais. "Keyra?"

"Esperem, tem um baú aqui nesta sala." Disse a ladina "Um bem grande".

Depois de desarmar uma armadilha simples, Keyra abriu o baú que continha vários itens incluíndo uma pele de urso mágica e dinheiro. No afundo de um saco de couro, a ladina encontrou um diamante astral. Sem saber o que era, a meio-elfa guardou-o em sua própria bolsa, sem que os demais percebessem.

"Bonito..."Pensou

"Vamos embora!" Gritou Arannis quando a caverna estremeceu novamente.




"Ar puro! Finalmente!" Suspirou Soveliss quando o grupo deixou o túnel pútrido onde os orcs jogavam cadáveres e lixo

"Ahhhh! Digo o mesmo, ser inferior! Vocês são estúpidos de ficar enfurnando-me em lugares escuros e apertados. Karrak-dur, o dominador, não pode mais ser aprisionado dessa forma!" Vociferou a tiara de Ecniv

O grupo inteiro olhou na direção do gnomo que sorriu, tirando a tiara. Ecniv olhou para a fina banda de ouro com pedras preciosas e suspirou.

"Karrak-dur, você alguma vez voou na vida?"Disse o bardo

"Claro que não criatura estúpida. Ande coloque-me de volta! Assim ordena Karrak-dur!"

Ecniv olhou para o resto do grupo e então para o mar, abaixo, a centenas de metros.

"Sempre há uma primeira vez. Adeus Karrak-dur!" Disse Ecniv arremessando a tiara ao mar

"NÃO! NAAAAAAÃO!" Ouviu-se a voz da tiara nas cabeças dos heróis enquanto Soveliss estendia os braços na direção do precipício repetindo "Não! NAAAAAAÃO!"

Ecniv apenas sorriu.

Biografias: Ecniv

Raça: Gnomo
Classe: Bardo
Jogador: Lobo










Nascem em Fynlae uma pequena cidade em Feywild dois gnomos idênticos, um com os olhos brilhantes e bem curiosos e outro mais retido e sério. Eles são Ecniv e Vince. Descendentes dos Arones.

Fynlae tinha uma estrutura muito organizada, contendo escolas, comércio e serviços. Seus governantes conseguiam mantê-la em ordem.

Apesar de idênticos na aparência, eles tinham gênios opostos. A doçura e amabilidade de Ecniv contrastava grandemente à maneira objetiva e às vezes fria de Vince, que muitas vezes parecia se comprazer nas vitórias mais sangrentas que obtinha na Escola de Lutas.

Os irmãos passam sua infância convivendo entre Gnomos em Fynlae, Ecniv entra para a escola de Lirismo Arcano e Vince de Arte das Lâminas. Ecniv e Vince se mostram excelentes alunos, orgulhando seus pais. Ecniv escolheu Lirismo Arcano para seguir a linha de seu pai, que era bardo. Um famoso bardo que trazia histórias de fora de Agrestia das Fadas. Já Vince escolheu Arte das Lâminas por anseio próprio.

Ecniv se formou em Lirismo Arcano recebendo de presente uma flauta mágica, Vince também se formou, mas em Arte das Lâminas, ele ganhou uma jóia como prêmio de formatura, mas pouco tempo depois de formados, enquanto estavam na taberna da mãe, Salem, seu pai Melmer chega ofegante na porta gritando para pegarem as coisas e seguirem-no.

Eles saíram correndo sem saber o que estava acontecendo, todos os gnomos estavam em pânico, ouvia-se gritos, barulho de espadas, alguns gritavam: "FOMORES!"

Melmer os levou para a Floresta Castanha, em uma comunidade de gnomos. Poucos gnomos conseguiram sair de Fynlae a tempo. Foram pegos pelos Fomores... Fynlae foi destruída.

Passado o choque da fuga, Ecniv e Vince resolvem ajudar a comunidade, embora Vince reclamasse a todo momento que queria sair dali, e conhecer outros horizontes. Empolgado e servo de Avandra Ecniv se maravilha com a idéia. Mas pede para esperar pois pai deles estava doente.

O Clérigo da comunidade avisa à família de Ecniv que infelizmente Melmer não resistirá, pois ele contraiu uma doença de fora e ele não conseguiu descobrir a causa para poder cuidar. E três dias depois Melmer vem a falecer.

O clima era muito triste na família de Ecniv. Ecniv olhava para a floresta no desejo de conhecer o mundo, de viajar. Enquanto Vince andava com os amigos dele.

Ecniv e Vince se despedem de sua mãe. Ela deixa algumas moedas de ouro para os dois, entrega para Ecniv um pequeno diário para ele e pede que mantenham contato. Eles partem rumo às aventuras.

À noroeste eles encontram uma cidadela com uma feira movimentada. No canto perto da floresta um homem vendia animais presos e maltratava alguns, havia animais exóticos entre outros. Ecniv tentou conversar com o homem, pois não concordava com aquilo, com o fato dele prender os animais e menos ainda com o fato dele maltratar. A conversa foi esquentando e eles começaram a brigar, Ecniv acabou quebrando as jaulas libertando alguns animais que atacaram o homem. Vince se divertindo com a bagunça soltou o restante que estavam presos a correntes. Entre os animais presos estava um pequeno pássaro azul..

Eles tiveram que deixar a cidadela depois do tumulto. Mas o pequeno pássaro não deixava Ecniv, estava sempre seguindo o Gnomo, até que Ecniv esticou a mão e viu o pássaro pousar. Era um belo agapornis azul e branco, tinha uma bela canção. Ecniv o batizou de Anjo.

Eles seguem se aventurando, até que quando estavam em Ilíria, Ecniv conferiu suas finanças e viu que estavam sem dinheiro, mais um pouco eles não teriam dinheiro nem para comida. Então começou a rodar Ilíria em busca de serviço enquanto seu irmão Vince estava sumido pela cidade.

Numa taverna Ecniv escutou um grupo falando que iriam para uma Ilha perto dali, mas que precisavam de aliados. Ecniv, então se mete na conversa e se apresenta, falando que seu irmão também pode ser um bom aliado, e que aceitam trabalhar para eles. O grupo não explica muito bem que eles estavam indo explorar a Ilha dos Mortos. E eles seguem para lá.

Era uma ilha estranha, quando chegaram não viram porto, cidade, tavernas, nada, apenas uma floresta petrificada, e no céu, uma nuvem de trevas cobria a ilha, mantendo-a sempre escura, como se estivessem numa noite sem lua. Dando um toque mais sombrio para a ilha.

Mal sabia Ecniv de seu destino. Vince olhava apaixonado pela elfa que escondia seu rosto a todo momento. Seria ela uma drow? Eles zarparam e entraram adentro da floresta petrificada. Anjo desesperado bicava a cabeça de Ecniv e tentava puxar em vão sua gola para que Ecniv não entrasse... É ali que seu destino iria mudar e ele irá conhecer novos aliados.

Eles entraram adiante e foram parar em uma clareira rodeada com dez pedras espelhadas, Anjo estava muito agitado. O grupo resolve explorar melhor a clareira, Ecniv para diante de uma pedra e observa curioso. De repente flechas começam a vir de todos os lados e Ecniv olha para todos do grupo com um olhar assustado, seu corpo estava virando pedra, ele tentava se soltar, se mover até que tudo escureceu para ele...

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Ecniv

Cartas de Ecniv aos membros da Ordem da Liberdade

A Todos

Antes de conhecê-los eu andava em um grupo de aventureiros, diferente de vocês que são para mim uma família. Meu irmão fazia parte desse grupo, mas eu não fazia parte... Tinha apenas um pássaro por companheiro. Sou eternamente grato a Avandra por conhecê-los.

Infelizmente não tivemos muito tempo para compartilhar nossa história, nosso passado, e assim conhecer melhor cada um. Mas deixo uma carta para cada um de vocês, fica a seus critérios se vão querer compartilhar ou guardar para si essas cartas.

Aproveito para dizer que há um tempo atrás, diante da necessidade de identificarmos nosso grupo, sugeri o atual título de Ordem da Liberdade, remetendo à nossa luta para libertar o mundo do mal vindouro de Agrom Vimak. Quanto ao emblema, é um presente pra vocês, as capas para Keyra e Arannis e as túnicas para Adrie e Soveliss. E por fim um estandarte para vocês usarem mais pra frente, quando necessário.

Como podem ver, em Skan, mostrei a um artista o desenho que fiz em meu diário, pedi que fosse feito com cuidado e carinho do melhor material, que dure muito tempo e mantenha a beleza que vejo em vocês como um grupo. Um belo tecido negro de bom caimento, aveludado, com borda em fios de prata, e seu emblema bordado também em fios de prata.

A Ordem da Liberdade, me lembra o vôo, nada melhor que o pégasus para representar seu estandarte, e no centro o cavalo alado lembrando os excelentes trabalhos feito por Soveliss ao invocar os cavalos. Espero que gostem, esse é meu presente de despedida.

Muito obrigado por serem parte de minha vida. Manteremos contato.
Ecniv

À Adrie

Bela elfa! Você devia andar mais vezes na sua verdadeira forma, as outras são belas, mas você como elfa ilumina.

Adrie, em nenhum momento eu te trataria mal, desculpe-me pela situação com Karrak-Dur, aquela Tiara besta. Mas sempre a trato com carinho pois te admiro muito, pela sua garra e força, continue assim.

Gostaria de pedir que você tome cuidado quando beber. Tive que carregá-la (por sorte como uma pequena gatinha) para o quarto para descansar. Outras pessoas poderiam se aproveitar de ti. Mas graças a Avandra estávamos todos juntos.

Sinto muito pela sua perda, meus sentimentos para ti. Se precisar de qualquer coisa, esse pequeno gnomo pode te ajudar para acalmar seu coração com uma música. Na distância, escreva pra mim. Eu me disponho a ajudá-la. Sei que preferes a reclusão. Mas mesmo assim me ofereço.

Com carinho me despeço da grande serva da natureza.
Ecniv

Ao Arannis

Meu nobre amigo paladino! Avandra nos deu a graça de sua presença!

Vejo sua preocupação no dia a dia, um grande sofrimento. Mas Arannis, olhe em sua volta, você tem poderosos amigos. Cuide deles. Você está muito focado em resolver um problema criado anteriormente, com isso fechando os olhos à sua volta.

Abra seus olhos e veja, você tem grandes aliados, Adrie, Keyra, seu irmão Soveliss e eu, claro! Mas cuide também de seus aliados, pois você precisa deles assim como eles precisam de ti. Adrie e Keyra estão muito distante. Aproxime-se delas e aproxime a todos. Mais do que uma missão cumprida, do que a honra e a glória, vocês precisam de união. E pelo que vi, é também uma responsabilidade sua.

Lembre-se meu amigo, cuidar não é apenas proteger a todos nós em batalha, que é um ato muito nobre de sua parte. É estar próximo. Você vai ver que não estarás cuidando somente dos aliados como vai permitir que eles também cuide de você.

Araniss, abaixe sua arma, use-a no inimigo, deixe Keyra e Adrie se aproximar de você. E avante com a Ordem da Liberdade!

Você com certeza trará sucesso à Ordem.

Um grande abraço de um humilde servo de Avandra.
Ecniv

À Keyra

Vê-la pela primeira vez me fez brilhar meus olhos com sua beleza. Mas não é sobre isso que quero falar.

Notei desde o início que você nunca gostou muito da minha presença, até entendo perfeitamente, mas o tempo era tão curto que não pude me apresentar melhor e nem conhecê-la melhor.

Entendo que você reclame que pareça que não confio em você. Nos momentos que vou atrás de ti quando você vai a frente. Vou te explicar por quê:

Você pode não entender, mas me preocupo com todos. Cada minuto que não sei o que está acontecendo com vocês me preocupa mais, eu preciso encontrá-los para vê-los bem, principalmente você Keyra. Apesar de não parecer, nós tivemos muito contato, mesmo brigando você era a pessoa que mais falava comigo. Sou muito grato a isso. Me preocupo com vocês porque gosto muito de vocês. Vocês são pra mim minha família.

Keyra, confio em ti, sei que vou ficar muito preocupado com você nessa missão, querendo saber se vocês estão bem. Por favor, mantenha contato, mande-me notícias dizendo se você está bem. Com essas notícias acalmarás meu coração.

Com um grande carinho e admiração.
Ecniv

Ao Soveliss

Adorado mago amigo! Que a magia o leve além e além!

Desejo a ti crescimento no conhecimento arcano! Que você se torne o maior dos maiores magos. É o maior que eu já conheci. Mas também desejo juízo, que você saiba escolher entre o bem e o mal. Me desculpa meu jovem amigo eladrin. Notei seu sofrimento quando joguei Karrak-Dur ao mar. Ele era mau, faria mal a todos nós. Por mais que a magia seja bela, quando focada ao mal ela pode prejudicar até a nós mesmos. Tome cuidado com elas. Karrak-Dur tentava prejudicar a nós mesmos.

Foi um enorme prazer compartilhar meus conhecimentos arcanos com você. Te ajudar e ser ajudado nos nossos rituais e entendimentos dos poderes da magia. Desejo sucesso para ti. Espero te ver em breve.

Um grande abraço fraternal.
Ecniv

Ao Kubik (Se não souber ler passe ao Soveliss)

Cara criatura fedorenta que conquistou meu respeito e admiração.

Ao me salvar na batalha contra o dragão, você conquistou meu respeito e minha admiração. Antes eu te via apenas como um servo de Soveliss, mas hoje sei que você é mais que isso. Você tem uma grande nobreza em seu coração. Uma valentia que pouco exploras. Salvastes a mim e também ao grupo. Parabéns corajoso aventureiro!

Nessa minha viagem levarei você em minha memória.

Aos cumprimentos do bardo.
Ecniv


Por Lobo

Soveliss

1º registro

Sinceramente, eu achava que o Poder era algo difícil de adquirir. Alias, tenho certeza que, somente os mais capacitados adquirem ele.
O poder, na minha antiga concepção, era aquela força inata, a vontade que molda tudo ao redor, forjada com estudo e principalmente prática. Os compêndios arcanos, a mente onipotente que vira fogo, água, eletricidade, nos faz mais rápidos e, inclusive, nos leva à FEYWILD por alguns instantes.
Agora eu os chamo, PODERES. Todas as coisas que passei e presenciei me fizeram ver isso. O Poder é dividido em vários ao mesmo tempo.
Araniss tira poder de sua fé, é presenteado por sua deusa Avandra, por sua conduta e, acredito eu, por seu amor ao sacrifício próprio em prol dos outros. Isso é algo que não entendo em completo.
Há em Medrash uma espécie de fé também, particularmente mais curiosa que a de meu irmão, pois ele não é agraciado por seu deus Bahamut (que em homenagem, pus o mesmo nome no meu próprio pseudo-dragão). O poder do Dragonborn vem de sua inspiração. Seus brados e seu espírito de liderança o faz ser diferente, as pessoas o amam simplesmente porque ele as inspira a seguirem em frente.
Keyra é mais curiosa, sua arte é quase como a minha. Metódica, calculada, calculista e controlada. Acredito que ela seja a única que me entende, ou em partes, assim como eu a ela. Tenho grande carinho por ela, apesar de ainda estarmos conhecendo. Raro, mui raro. Vou pensar mais sobre isso depois.
Vivências estão me mostrando o quão alto posso ir e estão revelando que, primeiro, temos que entender o nosso próprio Poder.
Há também uma elfa que recentemente entrou no nosso grupo. Por algum motivo, ela me parece ser boa gente, tanto que evitei Keyra de fazer algo contra ela. Não algo ruim, mas alguma arte.
Talvez seja o fato de, pela primeira vez, alguém além de meu irmão entende meu senso feérico.. Alguém tão vívido quanto eu, pois Keyra tem o talento em si, mas o sangue mestiço a faz perder boa parte de sua realidade Fey.
Ela veio buscar conhecimento comigo e espero que ela não me decepcione, como EU mesmo já fiz comigo.


2º registro

Qual a melhor forma de fazer com que as pessoas diferentes de você mesmo realizem algum feito junto com você, sendo que idealizam aquilo de forma quase que contrária?
Podemos USAR essa visão?
O perigo seria que, para algumas pessoas, isso seria manipulação. Seria uma forma errônea de adquirir algo.
Penso que talvez isso seja balela. Visionários dão visão para aqueles que não a tem. Não é o que Medrash faz quando inspira em combate, ou não é o que meu próprio irmão faz para continuar de pé, apesar de todos os golpes?

Conversei com meu irmão e creio que estamos no caminho certo. Juntar as três partes da espada esta dando trabalho, mas dá uma motivação para cinco pessoas: dois eladrins, um dragonborn, uma meio-elfa e uma elfa, para unirem-se em um objetivo em comum e, melhor ainda, evoluirmos dentro de nossas próprias visões.

3º registro

Certos acontecimentos e escolhas acontecem para nos deixar desconsertados ou então nos fazer questionar.

Digo isso porque, ter meses de ódio e de rancor, três meses longos de sofrimento e humilhações.
Kubik, meu fiel escudeiro e carregador de malas, deu-me a chance de fugir e com isso achar meu irmão.
Certas escolhas são difíceis de entender e uma estranha ligação entre eu e meu irmão se fez mais forte. Quero dizer, há aquelas pessoas que você depende e há aquelas em que você simplesmente DECIDE querer depender.
A estranha ligação que sinto com meu irmão é simplesmente conceituada numa frase: “Podemos viver separados, porém, ainda podemos E queremos viver juntos”.
Nesse tempo todo, percebi que preciso que ele me proteja, mas simplesmente porque decidi assim. Araniss por outro lado, decidiu que precisa me proteger. Separados somos fortes, juntos somos invencíveis.

Pode parecer estranho, mas somos gêmeos, nascemos juntos, sofremos juntos, mas idealizamos diferentemente. Mas nossa escolha foi essa: Escolhemos que, mesmo sendo lados opostos da moeda, precisamos que ele me proteja, e que eu seja protegido por ele. Vai entender... eu simplesmente o amo por isso.



4º registro

A morte.
A morte é algo indecifrável, mesmo para quem a encara todos os dias.
Medo e dor a acompanham muitas vezes. Medo de morrer, medo de sentir dor. A dor de morrer. A dor de ver morrer. A dor de ver a dor.
Num mundo brutal, a morte é comum. Mesmo eu, sem armas corpóreas, já matei. Era eu ou eles. Quem disse que eles estavam errados? Eu. Explico o porque.
Tudo que sei é que tenho uma idéia do que fazer, me parece razoável, então acho que estou certo. Mais certo que o certo daqueles que atacam meu grupo.
A morte é sempre triste para aqueles que ficam, e para os que não tem nenhuma idéia de como ela é.
Os deuses nos abraçarão? Corellon me separara de meu irmão? Creio que não. Nossa ligação é mais forte que qualquer deus, ouso dizer.
Se fosse para eu escolher... ainda continuaria com ele, mesmo que Corellon em pessoa viesse me buscar.

Me deu um pensamento de além vida quando Carric faleceu. Novo para qualquer elfo, qualquer eladrin.
Ele não era de falar, mas tenho certeza que Adrie o admirava muito. Com o tempo poderiam até entrelaçar espíritos.
São tempos difíceis e é triste ver um representante de uma raça tão nobre morrer cedo. Pensei em Damara naquela hora em que meu espírito gelou, ao confirmarmos que o corpo no tumulo era de Carric.

Foi diferente, algo me gelou. Uma preocupação. “És preciosa demais para perdemos você”, falei uma vez para Keyra. Abracei mais de uma vez Adrie em forma de arvore.
Falei bastante sobre compêndios arcanos com Ecniv.. Senti falta de Medrash...
Naquele momento, todo o mundo ficou mais gelado, me pareceu mais vazio e por um momento eu deixei que eu somente fosse.

Meus olhos azuis viram os olhos dos de meu irmão... pensei nos cabelos vermelhos de Damara, e vi o grupo reunido apesar de tudo.
Havia um calor entre o pessoal, havia sol... apesar do tempo escuro...

”São tempos sombrios, mas não é porque o céu escureceu que o sol deixou de brilhar”...
Lembrou-me também que nunca fui antes apegado ao amor...
Uma eladrin jovem tocou-me uma vez, a muito tempo, quando éramos crianças e a expeli.
Ela perguntou então, tocando-me no braço: “Não consegues amar ninguém?”
Eu a olhei com um olhar mau, confesso, era quase todos os dias espancado pelos outros meninos e meu irmão me defendia, então adquiri esse olhar, quando não estava com Araniss. A olhei no fundo dos olhos, dei-lhe um tapa na mão e falei: “Tire as patas”....

Lembrei-me disso agora e me veio na cabeça, a diferença que foi com Damara... Quero-a perto...
Estou mudando...
E estou gostando disso...

P.S: Lemos umas cartas e os drows parecem ter parte com tudo que esta havendo. Será que meu irmão não vê que o que estamos fazendo é JUSTIÇA e não VINGANÇA?

Por P.R