terça-feira, 14 de setembro de 2010

Soveliss

1º registro

Sinceramente, eu achava que o Poder era algo difícil de adquirir. Alias, tenho certeza que, somente os mais capacitados adquirem ele.
O poder, na minha antiga concepção, era aquela força inata, a vontade que molda tudo ao redor, forjada com estudo e principalmente prática. Os compêndios arcanos, a mente onipotente que vira fogo, água, eletricidade, nos faz mais rápidos e, inclusive, nos leva à FEYWILD por alguns instantes.
Agora eu os chamo, PODERES. Todas as coisas que passei e presenciei me fizeram ver isso. O Poder é dividido em vários ao mesmo tempo.
Araniss tira poder de sua fé, é presenteado por sua deusa Avandra, por sua conduta e, acredito eu, por seu amor ao sacrifício próprio em prol dos outros. Isso é algo que não entendo em completo.
Há em Medrash uma espécie de fé também, particularmente mais curiosa que a de meu irmão, pois ele não é agraciado por seu deus Bahamut (que em homenagem, pus o mesmo nome no meu próprio pseudo-dragão). O poder do Dragonborn vem de sua inspiração. Seus brados e seu espírito de liderança o faz ser diferente, as pessoas o amam simplesmente porque ele as inspira a seguirem em frente.
Keyra é mais curiosa, sua arte é quase como a minha. Metódica, calculada, calculista e controlada. Acredito que ela seja a única que me entende, ou em partes, assim como eu a ela. Tenho grande carinho por ela, apesar de ainda estarmos conhecendo. Raro, mui raro. Vou pensar mais sobre isso depois.
Vivências estão me mostrando o quão alto posso ir e estão revelando que, primeiro, temos que entender o nosso próprio Poder.
Há também uma elfa que recentemente entrou no nosso grupo. Por algum motivo, ela me parece ser boa gente, tanto que evitei Keyra de fazer algo contra ela. Não algo ruim, mas alguma arte.
Talvez seja o fato de, pela primeira vez, alguém além de meu irmão entende meu senso feérico.. Alguém tão vívido quanto eu, pois Keyra tem o talento em si, mas o sangue mestiço a faz perder boa parte de sua realidade Fey.
Ela veio buscar conhecimento comigo e espero que ela não me decepcione, como EU mesmo já fiz comigo.


2º registro

Qual a melhor forma de fazer com que as pessoas diferentes de você mesmo realizem algum feito junto com você, sendo que idealizam aquilo de forma quase que contrária?
Podemos USAR essa visão?
O perigo seria que, para algumas pessoas, isso seria manipulação. Seria uma forma errônea de adquirir algo.
Penso que talvez isso seja balela. Visionários dão visão para aqueles que não a tem. Não é o que Medrash faz quando inspira em combate, ou não é o que meu próprio irmão faz para continuar de pé, apesar de todos os golpes?

Conversei com meu irmão e creio que estamos no caminho certo. Juntar as três partes da espada esta dando trabalho, mas dá uma motivação para cinco pessoas: dois eladrins, um dragonborn, uma meio-elfa e uma elfa, para unirem-se em um objetivo em comum e, melhor ainda, evoluirmos dentro de nossas próprias visões.

3º registro

Certos acontecimentos e escolhas acontecem para nos deixar desconsertados ou então nos fazer questionar.

Digo isso porque, ter meses de ódio e de rancor, três meses longos de sofrimento e humilhações.
Kubik, meu fiel escudeiro e carregador de malas, deu-me a chance de fugir e com isso achar meu irmão.
Certas escolhas são difíceis de entender e uma estranha ligação entre eu e meu irmão se fez mais forte. Quero dizer, há aquelas pessoas que você depende e há aquelas em que você simplesmente DECIDE querer depender.
A estranha ligação que sinto com meu irmão é simplesmente conceituada numa frase: “Podemos viver separados, porém, ainda podemos E queremos viver juntos”.
Nesse tempo todo, percebi que preciso que ele me proteja, mas simplesmente porque decidi assim. Araniss por outro lado, decidiu que precisa me proteger. Separados somos fortes, juntos somos invencíveis.

Pode parecer estranho, mas somos gêmeos, nascemos juntos, sofremos juntos, mas idealizamos diferentemente. Mas nossa escolha foi essa: Escolhemos que, mesmo sendo lados opostos da moeda, precisamos que ele me proteja, e que eu seja protegido por ele. Vai entender... eu simplesmente o amo por isso.



4º registro

A morte.
A morte é algo indecifrável, mesmo para quem a encara todos os dias.
Medo e dor a acompanham muitas vezes. Medo de morrer, medo de sentir dor. A dor de morrer. A dor de ver morrer. A dor de ver a dor.
Num mundo brutal, a morte é comum. Mesmo eu, sem armas corpóreas, já matei. Era eu ou eles. Quem disse que eles estavam errados? Eu. Explico o porque.
Tudo que sei é que tenho uma idéia do que fazer, me parece razoável, então acho que estou certo. Mais certo que o certo daqueles que atacam meu grupo.
A morte é sempre triste para aqueles que ficam, e para os que não tem nenhuma idéia de como ela é.
Os deuses nos abraçarão? Corellon me separara de meu irmão? Creio que não. Nossa ligação é mais forte que qualquer deus, ouso dizer.
Se fosse para eu escolher... ainda continuaria com ele, mesmo que Corellon em pessoa viesse me buscar.

Me deu um pensamento de além vida quando Carric faleceu. Novo para qualquer elfo, qualquer eladrin.
Ele não era de falar, mas tenho certeza que Adrie o admirava muito. Com o tempo poderiam até entrelaçar espíritos.
São tempos difíceis e é triste ver um representante de uma raça tão nobre morrer cedo. Pensei em Damara naquela hora em que meu espírito gelou, ao confirmarmos que o corpo no tumulo era de Carric.

Foi diferente, algo me gelou. Uma preocupação. “És preciosa demais para perdemos você”, falei uma vez para Keyra. Abracei mais de uma vez Adrie em forma de arvore.
Falei bastante sobre compêndios arcanos com Ecniv.. Senti falta de Medrash...
Naquele momento, todo o mundo ficou mais gelado, me pareceu mais vazio e por um momento eu deixei que eu somente fosse.

Meus olhos azuis viram os olhos dos de meu irmão... pensei nos cabelos vermelhos de Damara, e vi o grupo reunido apesar de tudo.
Havia um calor entre o pessoal, havia sol... apesar do tempo escuro...

”São tempos sombrios, mas não é porque o céu escureceu que o sol deixou de brilhar”...
Lembrou-me também que nunca fui antes apegado ao amor...
Uma eladrin jovem tocou-me uma vez, a muito tempo, quando éramos crianças e a expeli.
Ela perguntou então, tocando-me no braço: “Não consegues amar ninguém?”
Eu a olhei com um olhar mau, confesso, era quase todos os dias espancado pelos outros meninos e meu irmão me defendia, então adquiri esse olhar, quando não estava com Araniss. A olhei no fundo dos olhos, dei-lhe um tapa na mão e falei: “Tire as patas”....

Lembrei-me disso agora e me veio na cabeça, a diferença que foi com Damara... Quero-a perto...
Estou mudando...
E estou gostando disso...

P.S: Lemos umas cartas e os drows parecem ter parte com tudo que esta havendo. Será que meu irmão não vê que o que estamos fazendo é JUSTIÇA e não VINGANÇA?

Por P.R

3 comentários:

  1. Bom... Eu espero que a galera goste... sinceramente, estou curtindo MUITO a profundidade psicologia que os aventureiros estao tendo. Ha os problemas a serem resolvidos, mas tambem há toda uma questão interior... nao é um ou outro.. sinto que sao literalmente TODOS....
    É uma saga que com certeza ficara na minha mente por muitos anos.

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  2. Obrigado por essa parte, sobre a campanha, e parabéns pelo texto. Ficou excelente!

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