quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Reencontros - Parte I

"Nos rendemos!" Gritou o capitão orc, soltando seu machado, que caiu ruidosamente no chão da caverna "Gral, solte a arma!"Ordenou ao enorme orc que estava ao lado de Arannis, lutando com salvageria no olhar

"Rendam-se!" Ordenou o paladino de avandra enquanto seus companheiros se reagrupavam "Rendam-se e não serão mortos." Repetiu

"Não serão mortos?! Como assim?! Eles quase mataram o goliath e Adrie ficou bem ferida!" Esbravejou Keyra indignada "Você ficou louco? Deixar esses orcs vivos só vai piorar nossa situação! E se eles se voltarem contra nós quando estivermos retornando?"

"Keyra, eu não vou matar quem se rendeu pacificamente. Nem você!" Disse Arannis levantando a voz

"Qual é o seu problema?! Eles são orcs!" Insistiu Keyra com a faca pronta para degolar um dos orcs que estava próximo, de joelhos

"Eu concordo com o paladino. Um inimigo que se rende, não deve ser morto friamente." Disse Murmur abaixando sua lança

"Vocês estão loucos!" Disse Keyra mais uma vez "Adrie? Me ajuda aqui?" Pediu a meio-elfa, olhando para a druida que voltava à sua forma élfica

"Deixá-los vivos pode nos atrapalhar. Temos uma missão, Arannis."Disse a elfa

"Podemos deixá-los nas celas. Ogramum está logo atrás daquela porta."Interveio Ecniv apontando para o túnel acima, depois de um mesanino que fora parcialmente destruído por uma bola de fogo lançada por Soveliss

"Ecniv tem razão." Disse o mago usando um truque mágico para ficar limpo depois da batalha

"Keyra, guarde a faca. Murmur, amarre estes três. Vamos fazer o que Ecniv sugere." Disse Arannis num tom firme, enquanto encarava a ladina

"Vocês é que sabem..."Disse Keyra visivelmente contrariada. Em seguida olhou para o líder dos orcs e passou o dedo pela própria garganta, num tom de ameaça.

"O outro túnel ruiu. Não virão soldados orcs dali. Vamos subir e acabar logo com isto?" Disse Soveliss

"Sim irmão. Ogramum irá pagar pelas vidas inocentes que ceifou." Respondeu o eladrin enquanto se teleportava para cima do mesanino de madeira

Murmur empurrou os três orcs para dentro de uma das celas e retornou até onde a Ordem da Liberdade estava. O goliath não conseguiu deixar de sorrir por um instante. Estava livre e seus amigos estavam a caminho de Skan e agora, ele estava com um grupo de heróis um tanto confusos mas determinados a fazer justiça.

A pequena ponte de madeira era firme e levava do mesanino, na caverna, até um túnel elevado. Havia uma maciça porta de madeira no final. Arannis testou a porta. Estava barrada por um caibro. O paladino olhou para Keyra, esperando uma resposta e esta deu de ombros e disse:

"Derrube...eu abro fechaduras."

Arannis olhou então para Murmur e este entendeu. Usando sua força, o goliath chutou a porta que caiu inteira. Adrie, em forma de urso, o ajudou. Havia uma sala com paredes de madeira onde um grupo de orcs muito bem equipados esperava. No centro da sala estava Ogramum. Era o maior orc que os heróis haviam visto. Tão alto quanto Murmur e visivelmente mais forte. Usava uma armadura de metal pintada com símbolos orcs. Uma pele de urso pendia dos ombros e em suas mãos havia um enorme machado de duas mãos. Ogramum tinha inúmeras cicatrizes e suas presas eram negras e pontiagudas.
Atrás dele, dois orcs giravam espadas curvas presas a correntes e tomavam posição. Subitamente, saindo de outra sala escondida por uma cortina de couro, surgiu uma mulher orc. Seus seios estavam à mostra e ela estava pintada da cabeça aos pés. Usava peles e uma cimitarra na cintura. Trazia consigo um totem escuro e o que mais chamou a atenção dos heróis foram seus olhos.
As pálpebras estavam pintadas de negro e dos olhos escoriam lágrimas vermelho-sangue. A impressão era de que a orc não tinha olhos. Ela gritou em sua língua selvagem e gargalhou enquanto energías mágicas saíam de seu totem.

Adrie estava em forma de urso e viu que um círculo mágico surgiu aos seus pés. Correntes vermelhas emergiram do solo, aprisionando a druida. As correntes queimavam sua carne e se enrolaram em seu corpo, apertanto cada vez mais. Adrie urrou em sua forma animal e caiu incosciente. Ecniv tocou sua flauta mágica frenéticamente e energías místicas saíram dela, curando sua companheira de grupo antes que esta sucumbisse ao poder malévolo de Vox, a Sem Olhos.

Arannis sacou sua espada e gritou enquanto corria na direção de Ogramum e seus homens.
"Por Avandra! Avante Ordem da Liberdade!"

Murmur o seguiu de perto e estes formaram um perímetro perto do túnel, tentando não ficar cercados. Keyra correu e deu cambalhotas, passando pelos inimigos e indo até o fundo da sala com sua agilidade felina.

Adrie, retomando a consciência, transformou-se em pássaro e as correntes caíram no chão, desaparecendo em seguida. A druida voou na direção de Vox e rodopiou no ar, mudando de alvo na última hora. Transformou-se em lobo e invocou um lobo feito de energía e ambos saltaram sobre Ogramum, tentando derrubá-lo. Murmur atacou o líder orc junto com a druida.

Soveliss disparava magia contra os lacaios do orc enquanto Arannis protegia o grupo, ficando entre eles e os orcs. Ecniv se mantinha atrás, atento, enquanto Keyra lançava adagas e cortava gargantas, movendo-se com a velocidade de um raio pelo campo de batalha.

Ogramum era um oponente formidável. Por mais de uma vez ele e os orcs com armas presas a correntes derrubaram Murmur, o goliath. Mas foi Vox, a Sem Olhos que desferiu os golpes mais terríveis. Ela lutava de olhos fechados, tomada por uma fúria terrível.
Então, Murmur a atingiu com sua lança mágica e perfurou sua coxa. A orc gritou de dor e Ogramum foi tomado por uma salvageria incontrolável.

Murmur então sorriu e atacou novamente a mulher, atingindo-a no estômago. Ogramum lançou-se sobre o goliath, e os jdois começaram a trocar golpes rápidos e mortais. Vox correu, tentando fugir e Adrie rosnou e transformou-se em pantera. Em questão de segundos alcançou a orc e saltou sobre ela, atingindo-a com as presas na nuca.

Adrie virou-se, em sua forma de pantera, e estava com a boca cheia de sangue da inimiga morta. Então correu de volta, assumindo sua forma élfica e gritou: "Renda-se!" enquanto apontava para o corpo inerte de Vox.

Um orc tentou atacar Arannis que estava diante de Ogramum mas o paladino simplesmente girou a espada e atacou de costas, sem olhar. A lâmina mágica penetrou fundo na barriga do inimigo que caiu sem conseguir entender como o eladrin tinha sido tão rápido.

Ogramum estava furioso mas olhou em volta e percebeu que estava sozinho. Seus homens estavam mortos e sua mulher, Vox, jazia adiante, morta pela elfa.
O enorme orc caiu de joelhos diante de Arannis, soltando seu machado.

BUUUUUUUUUUUUUM!!!

O som de pedra contra pedra ressoou terrivelmente pela caverna. Algo enorme havia atingido a fortaleza de Ogrmaum e orcs corriam adiante, em direção ao portão de madeira.

BUUUUUUUUUUUUUM!

Novamente o lugar estremeceu e orcs gritaram ordens em sua língua.

"Em nome de Melora...o que?" Perguntou Adrie

"Uma batalha, estrume das fadas." Respondeu uma voz acima da mesa onde Ogramum e Vox haviam deixado mapas e papeis.

A Ordem da Liberdade olhou na direção da voz e não viram nada. Então, um vulto negro ficou visível. Era um drow de cabelos curtos, vestindo uma armadura que emanava uma aura de trevas. Sua capa era negra e ele tinha duas adagas curtas presas à cintura. Era baixo e sorria como um agente da morte.

"Não vão matar esse incompetente?"Disse apontando para Ogramum

"Quem é você?" Perguntou Arannis apontando sua espada longa para o drow

Este apenas sorriu e olhou para a cortina de couro ao seu lado. A cortina mexeu-se e de dentro da sala saiu outro drow. Este trajava uma armadura de placas negras com o emblema das aranhas de Lolth. Era alto e trazia consigo uma espada longa preza às costas. Sua capa era roxa e arrastava-se pelo chão da fortaleza. Na sua mão esquerda levava um elmo com a viseira trabalhada na forma de um rosto cadavérico de cor negra. Seus cabelos eram longos, presos numa trança e seu sorriso era perturbador. Lhe faltava um olho, que havia sido substituído por uma gema visivelmente mágica.

"Pesadelo..." sussurou Adrie espantada

"Ora ora...esses não são os escravos fugidos?" Disse o drow na língua comum, com um forte sotaque

"Não sei. Mas adoraria matá-los." Disse o outro

"Não. Eles são estrume...são formigas. Mate Ogramum."Disse Pesadelo

O drow sobre a mesa lançou uma de suas adagas curvas e esta cortou o ar mas Arannis colocou o escudo na frente do orc rendido. A faca bateu contra o metal e em seguida retornou à mão de seu dono.

"Nobre...muito nobre. Vou me lembrar disso, estrume de fadas." Disse o assassino

"Lembre-se disto!" Gritou Keyra enquanto arremessava sua adaga mágica.

A arma zumbiu pelo ar, na direção de Pesadelo mas este apenas segurou a arma com a mão enluvada. A adaga desapareceu, retornando á mão de Keyra.

"Brincaremos outra hora, meio-elfa. Agora temos coisas a fazer." Disse Pesadelo sorrindo "Vamos."Ordenou calmamente, seguindo para a porta de madeira onde mais orcs corriam para fora do forte.

"Nos veremos de novo..."Disse o outro drow ficando invisível

BUMMMM!!! BUMMM!!!

Mais pedras atingiram a fortaleza.

"Pode ser o exército de Skan." Disse Murmur

"Não há tempo. Adrie?" Disse Arannis virando-se para a druida

"Peguei tudo."Respondeu a druida, que havia guardado mapas e cartas tomadas de Vox, a Sem olhos

"Vamos embora." Disse o paladino que foi seguido pelos demais. "Keyra?"

"Esperem, tem um baú aqui nesta sala." Disse a ladina "Um bem grande".

Depois de desarmar uma armadilha simples, Keyra abriu o baú que continha vários itens incluíndo uma pele de urso mágica e dinheiro. No afundo de um saco de couro, a ladina encontrou um diamante astral. Sem saber o que era, a meio-elfa guardou-o em sua própria bolsa, sem que os demais percebessem.

"Bonito..."Pensou

"Vamos embora!" Gritou Arannis quando a caverna estremeceu novamente.




"Ar puro! Finalmente!" Suspirou Soveliss quando o grupo deixou o túnel pútrido onde os orcs jogavam cadáveres e lixo

"Ahhhh! Digo o mesmo, ser inferior! Vocês são estúpidos de ficar enfurnando-me em lugares escuros e apertados. Karrak-dur, o dominador, não pode mais ser aprisionado dessa forma!" Vociferou a tiara de Ecniv

O grupo inteiro olhou na direção do gnomo que sorriu, tirando a tiara. Ecniv olhou para a fina banda de ouro com pedras preciosas e suspirou.

"Karrak-dur, você alguma vez voou na vida?"Disse o bardo

"Claro que não criatura estúpida. Ande coloque-me de volta! Assim ordena Karrak-dur!"

Ecniv olhou para o resto do grupo e então para o mar, abaixo, a centenas de metros.

"Sempre há uma primeira vez. Adeus Karrak-dur!" Disse Ecniv arremessando a tiara ao mar

"NÃO! NAAAAAAÃO!" Ouviu-se a voz da tiara nas cabeças dos heróis enquanto Soveliss estendia os braços na direção do precipício repetindo "Não! NAAAAAAÃO!"

Ecniv apenas sorriu.

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