segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Os Quatro Heróis

Enquanto a Ordem da Liberdade enfrentava Ogramum, quatro aventureiros estavam prestes a enfrentar uma de suas maiores aventuras...




Carric surgiu das sombras, assustando uma das crianças recém salvas da fortaleza orc. Antes que a menina pudesse gritar, Kraig cobriu sua boca sussurrando "É amigo...".

"Doze guardas...algo parece estar criando alvoroço no acampamento."Disse o elfo em sua língua natal "Não é seguro. Não com essa gente toda." Completou apontando para os prisioneiros

"Não há outro caminho Carric. É isso. Vamos Conseguir. Você e Linfur cuidam dos guardas. Eu, Kraig e os goliaths que podem lutar seguramos os orcs enquanto as pessoas seguem pela trilha nas pedras." Disse Damara em élfico, bastante segura de si.

"Damara, essas pessoas vão morrer como moscas. Precisamos ser furtivos."Disse o elfo

"Eu sei Carric. Eu sei."Damara olhou para as crianças e para as mulheres e pessoas doentes do grande grupo. "Você, goliath, qual é seu nome?" Perguntou para um dos enormes soldados que ainda tinham condições de lutar.

"Makel, senhora."Respondeu o goliath com firmeza

"Makel, você e seus homens sabem lutar em formação?"

"Sim senhora. Escudos e lanças. Não temos todas as armas que os orcs nos roubaram mas conhecemos as táticas."Respondeu Makel

"Certo. Vocês vão formar uma parede comigo e Kraig. Quero apenas um de vocês levando as pessoas em silêncio e em fila."Disse a guerreira de cabelos ruivos

"Mas não sabemos o caminho senhora." Disse o grandalhão um pouco confuso

"Carric vai mostrar ao menor e mais furtivo dos seus."Respondeu Damara olhando para as pessoas que pareciam esperar mais do que ordens.

O elfo concordou e escolheu um dos goliaths menores, que dizia ter experiência como batedor. Demoraram alguns minutos na trilha e quando voltaram, tudo estava preparado para a fuga.



Gork era novo. Havia sido nomeado vigia de acampamento e estava entediado. Ninguém ousava penetrar no vale do exército orc. Era um orc alto e forte e tinha uma boa lança. Estava ansioso para entrar em combate contra os humanos de Skan. Gork estava perdido em pensamentos quando viu algo diferente, alguns metros à frente, na elevação de pedra odne se encontrava. Era uma moeda de ouro. O orc ficou entusiasmado e caminhou na direção do objeto brilhante. Então algo saltou sobre ele. Algo pequeno mas mortal. Dois cortes rasgaram a garganta de Gork, o orc, e este caiu. Porém, a pequena figura que o atacara fez questão de segurar o corpo inerte até que tocasse o chão sem fazer barulho. Linfur esgueirou-se pelas sombras e arrastou o cadáver do orc até uma reentrância nas rochas. A quinze metros dali, outro orc caía silenciosamente, vítima de Carric.

Os prisioneiros seguíam em fila, esgueirando-se pelas rochas a caminho do pequeno túnel que os levaria para fora do acampamento orc. Os goliath caminhavam ao lado da linha de camponeses, tentando manter a ordem e o silêncio. Era de dia mas as sombras da montanha se projetavam sobre a trilha.

Carric era rápido, três orcs haviam caído vítimas de suas flechas. Linfur era silencioso e outros quatro estavam mortos quando o grupo de Damara começou a se aproximar da passagem. Foi então que Carric atingiu um orc que gritou de dor. A segunda flecha o silenciou mas era tarde.

O alarme soou.

Os guardas do acampamento gritaram e logo um grande grupo de orcs estava correndo na direção dos fugitivos. As pessoas começaram a entrar em pânico, vendo a morte em forma de lanças e presas. Os goliaths formaram a parede de dez homens perto da passagem enquanto os prisioneiros corriam para a salvação. Kraig ficou à frente do grupo de guerreiros. Parecia uma criança ao lado dos enormes goliaths mas sua determinação era a de seus ancestrais, os anões das montanhas.

"Fiquem juntos!"Gritou o anão "Fiquem juntos seus grandes cagalhões de pele branca!"

"Façam o que diz o anão, soldados de Skan! Façam os orcs pararem em suas lanças!" Gritou Damra juntando-se a eles

E os orcs atacaram. Muitos deles, em sua fúria descontrolada, foram repelidos pela parede de escudos dos goliaths. Damara atacava com sua espada de duas mãos e gritava ordens. Kraig protegia suas costas. Os goliaths lutavam bem mas muitos orcs se juntavam aos atacantes. Felizmente, os prisioneiros estavam quase todos na passagem.
As flechas de Carric pareciam surgir de todos os lados pois o elfo corria enquanto disparava. Linfur havia desaparecido mas os orcs que caíam sozinhos eram o sinal de que os Irmãos de Sangue precisavam.

Os goliaths avançaram, empolgados pelos primeiros orcs que cairam com facilidade. Damara continuava gritando ordens. Kraig xingava e protegia sua companheira de grupo.

"Não avancem! Protejam as pessoas!" Gritou a ruiva

Os goliaths haviam perdido a disciplina. Estavam indo na direção do acampamento, matando orcs.
"Não!" Gritou Damara "Voltem para a formação!"

"Voltem seus gigantes sem cérebro crias de bosta de orcs!" Gritou Kraig recuando ao lado de Damara

Os goliaths voltaram, ao menos a maioria. Mas era tarde. Os orcs estavam vindo com tudo. Flechas cortaram o ar e algumas atingiram a armadura de Damara e o escudo de Kraig. Alguns goliaths caíram. Carric disparou flechas contra os orcs e correu na direção de seus amigos.

"Temos que correr. Não podemos conter todos eles."Disse ele em élfico

"Linfur!"Gritou Kraig "Onde você se meteu?"

Então Linfur apareceu em cima das rochas, perto do acampamento. Tinha uma tocha na mão esquerda e sorria, algo raro para o halfling.

"Mas que diabos?!"Resmungou o anão

Linfur então arremessou a tocha na direção do acampamento e segundos depois houve ume enorme explosão. Chamas irromperam no acampamento e os orcs viraram-se para ver o que estava acontecendo.

"Vamos...vamos!" Ordenou Damara.

Os fugitivos correram para a passagem. Carric foi o último a chegar. Kraig olhou na direção da rocha onde estava Linfur mas este havia desaparecido. "Vamos logo...ele sabe se cuidar."Disse Damara
Os Irmãos de Sangue correram pela abertura nas rochas, seguindo os sobreviventes da fuga. Apenas alguns orcs os seguiram e foram despachados rapidamente pelo machado de Kraig.

Quando estavam a uma distância segura, Damara organizou o grupo novamente. Faltavam seis goliaths e dois camponeses. Para a guerreira, essa perda era grande. Porém, estavam fora do acampamento. Teriam que continuar andando rápido para alcançar a floresta. Lá seria mais fácil fugir dos orcs. Damara sabia que Linfur conseguiria sair do acampamento e encontrá-los. Ela sabia bem do que seus amigos eram capazes.

"Vamos embora. Temos muito o que caminhar e os orcs não devem ficar muito tempo distraídos."

BUUUUMMMM!

Algo ressoou no acampamento orc. Era como o som de pedras sendo arremessadas contra a montanha.

BUUMMMMM!!!

"Kraig..."Começou Damara

"Catapultas. Com certeza. Reconheceria o som até dormindo."Disse o anão

"O exército de Skan?"Perguntou Carric

"E talvez o do meu pai. Que Moradin abençõe aquele velho desgraçado!" Disse kirag satisfeito

"É seu pai..."Disse Damara sorrindo "Vamos, não podemos perder tempo".

Uma figura apareceu acima das rochas. Era um orc. Vestia roupas de couro negro e usava um arco longo. A flecha negra zuniu e atingiu Carric antes que Damara pudesse gritar. O elfo caiu. Estava ferido mas ainda era capaz de revidar. Sacou duas flechas e disparou deitado. A primeira atingiu a perna do orc. A segunda o peito. O agressor caiu, desaparecendo atrás das rochas.

"Carric você está bem?" Perguntou Damara preocupada

"Eu...veneno..."Disse o elfo desmaiando




Os Irmãos de Sangue viajaram por dois dias. A febre de Carric persistia. Nenhum dos aventureiros sabia o que fazer para acabar com o efeito do veneno da flecha orc. A cada hora parecia que o elfo estava mais perto da morte. Linfur ainda não tinha aparecido e Damara temia pelo pior. Não foram seguidos por orcs mas Damara e Kraig estavam preocupados e não conseguiam ordenar os pensamentos.

"Vamos acampar aqui." Disse Damara ao atingirem uma clareira em meio a um pequeno bosque "Kraig, cuide de Carric. Organize as pessoas. Preciso de um minuto." Disse a guerreira ruiva afastando-se.

Damara caminhou até afastar-se das pessoas que se acomodavam na clareira. Tirou um pedaço de pergaminho de dentro da mochila. Respirou fundo lembrando-se de quando Soveliss pediu que o abrisse apenas quando estivesse a salvo. Então, Damara desenrolou o pergaminho e leu a carta do mago eladrin.

"Milady Damara,

Palavras são ínfimas na língua Comum para lhe dizer o que eu queria ter coragem de falar-te. Apesar do refinamento, Élfico também não é a linguagem adequada também para expressar um sentimento tão forte.
Não sei exatamente como se dá com os humanos, mas Algo em meu coração grita quando vejo você, ou quando a vejo lutar.
O sorriso que traz cor ao ambiente, a fala que realça o gosto dos alimentos, a face que faz o palpitar ser mais forte, mais sentido, avassalador.
Avassalador como quando guerreias, a inspiração que flui de ti para os companheiros e que faz a todos melhorar.
Confesso que sei que somos diferentes, tu és humana, e eu eladrin. Tens uma energia, uma espécie de pressa, cravada no coração de todos os humanos, que lhe da um que a mais.
Gravo em pequenas palavras aqui, ainda chove la fora enquanto o único que esta alerta é meu irmão, em seu sono meditativo. Acham que eu estou estudando, como de fato estou, mas resolvi escrever, o que não tenho ainda como falar-lhe.

Que energia é essa, doce humana chamada Damara, minha querida e doce Damara? Que atração forte é essa que sinto por ti? Inspira-me a caprichar mais as magias, as energias místicas chamativas parecem fluir de forma mais apaixonante e, nunca vi isso nos livros, talvez em romances humanos de livretos que peguei em certas bibliotecas.

Ensina-me minha doce Damara, ensina-me que sentimento é esse... Eu lhe ensinarei, não... seria pedir demais... eu não lhe ensinarei.. não é isso que meu coração fala. O espírito pede para que eu escreva, LHE escreva essas palavras quando a tinta já seca na pena...

Ensina-me que sentimento é esse que me faz querer lhe falar:

”Deixa-me ser teu, deixa-me ter-te. Não tenho pertences que lhe agradem, mas tenho a única coisa que posso lhe dar... tenho a mim mesmo...
Sou teu no momento em que abriste com os teus “irmãos” uma tumba e com choque pus os olhos em ti...”

por meio desta, e percebendo que não posso mais continuar devido a tinta acabar, lhe falo...

”Sou TEU... dou-te a mim mesmo.. MINHA Damara”

Agora sabes o que ...

Soveliss"

As últimas palavras estavam borradas pela água da chuva. Certamente Soveliss havia escrito a carta durante a viagem até a fortaleza orc.

Damara terminou de ler e sorriu. Ela gostava do eladrin. Não sabia por que mas gostava dele. Sentiu-se reconfortada. Talvez fosse apenas um capricho. Talvez fosse algo mais forte. Porém, a aparente fragilidade do mago a atraía. Apertou o pergaminho contra o peito, sorrindo, mas algo a trouxe de volta à realidade. Era a voz de Kraig.

"Damara...Carric...ele...ele..."Disse o anão soluçando

"Não..."Disse Damara correndo de volta para o acampamento

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