quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Utua, o viajante

"Eu só estou dizendo que esses dois grandalhões vão ser mais úteis em Mechin do que com vocês na caçada! Eu tenho certeza de que você, Keyra, Adrie e Soveliss vão conseguir um pégaso nas montanhas sem grandes dificuldades!" Disse Ecniv sorrindo enquanto Arannis observava o gnomo, Hans e Murmur

"Não sei. E se precisarmos deles em combate?"Perguntou o paladino

"Arannis! Qual é? Sou eu! Eles vão me ajudar caso Mechin esteja no caminho das forças invasoras ou saqueadores. Você e os demais têm plenas condições de achar e capturar um cavalo com asas."Respondeu o gnomo

Arannis olhou para Keyra, Soveliss e Adrie. Suspirou e olhou de novo para Ecniv que sorria.

"Certo. Nos vemos em alguns dias então. Em Mechin."Disse o eladrin apertando a mão de Ecniv.

Os heróis se despediram e seguiram rumos diferentes. Adrie, Arannis, Keyra e Sovelisse seguiram pela estrada para Duaspedras, com o intuito de atravessarem a Floresta Castanha. Nas montanhas, segundo Adrie, encontrariam manadas de pégasos. Murmur, Hans, Ecniv e outros seis aventureiros seguiram para o sul, rumo às terras de Mechin, que pertenciam agora à Ordem da Liberdade. Hans estava relutante em deixar Keyra mas foi convencido por Ecniv que, com sua lábia, oferecera a ele a chance de defender o lugar contra os sulistas.





Alguns dias depois, a Ordem da Liberdade chegou a Duaspedras. Ben, o líder da aldeia os recebeu com grande alegria e lhes contou que a aldeia havia sofrido um ataque de saqueadores sulistas mas que um grupo de aventureiros conseguiram salvar a comunidade.
A Ordem da Liberdade decidiu não ficar mais do que algumas horas na aldeia pois não havia tempo a perder. Por mais alguns dias os aventureiros seguiram pela floresta, guiados pelos conhecimentos de Adrie.
Cansados, decidiram acampar perto de uma clareira.

"Ainda temos pão?" perguntou Soveliss comendo uma maçã perto da fogueira

"Sim. Mas você já comeu quase todas as suas rações?"disse Arannis afiando a espada com uma pedra de amolar.

"Não sabia que eladrins comiam tanto quando ele."Disse Keyra sorrindo de leve

"Nem eu...ei...sentiram esse cheiro?"Perguntou Adrie levantando-se

"Eu senti. Parece metal ou coisa parecida."Disse Arannis

"Não. Isso parece o cheiro de magias de teleporte. É, resíduos mágicos no ar."Disse Soveliss aproximando-se da druida

"Cheiro? Que cheiro? Vocês ficaram doidos?"Perguntou Keyra

"Ali! Brilhos! Na clareira!"Apontou Soveliss

"Adrie, a fogueira. Escondam-se"Disse Arannis escondendo-se atrás de uma árvore enquanto Adrie apagava o fogo com terra e se escondia atrás de alguns arbustos.
Soveliss teleportou-se para perto de seu irmão e Keyra, tentando ver os tais brilhos, deu de ombros e escondeu-se como sabia fazer tão bem.

Apesar de Keyra não ter notado, a cada segundo, pequenas luzes brilhantes estavam surgindo na enorme clareira. Então, um clarão e um estrondo fizeram os membros da Ordem da Liberdade encolherem-se em seus esconderijos. Na clareira, uma batalha à luz do luar estava acontecendo.

Um tiefling, um humano, um anão e um gythzerai lutavam contra uma criatura medonha. Era uma bola de carne com uma bocarra de dentes afiados e um enorme olho no centro. Pequenos tentáculos se agitavam no que parecia ser uma cabeça flutuante. Na ponta de cada um deles, um olho piscava.

"Um...beholder."Sussurrou Soveliss

A criatura atacou o grupo da clareira com raios que saíam dos pequenos olhos. O primeiro raio transformou o gythzerai em pedra. O segundo desintegrou o tiefling antes que este pudesse reagir. Outro raio perfurou o peito do anão que já estava ferido.Apenas o humano, claramente um mago, restava de pé diante da monstruosidade.

Arannis olhou para seus amigos e sacou sua espada. "Vamos ajudá-lo!"
Sovelisse saiu de seu esconderijo e abriu um portal em pleno ar. Arannis e Keyra entraram por ele e saíram num segundo portal, ao lado do monstro.
Os dois atacaram a criatura. Adrie correu na direção do monstro e saltou. Em pleno ar, transformou-se num lobo enorme, do tamanho de um cavalo, para espanto de seus amigos.

Keyra entrava e saía do portal criado por Soveliss, atacando o monstro e fugindo em seguida. Arannis enfrentava a criatura de frente enquanto Adrie mordia o monstro pelas costas. Soveliss mantinha o portal mas atacava a distância.

Enquanto isso, o mago humano refugiou-se atrás de uma pedra e começou a mexer num pequeno dispositivo, uma esfera de metal com inscrições e botões.

"Não vai nos ajudar?"Perguntou Soveliss aproximando-se velozmente graças a sua magia.

"Mantenham ele ocupado! Só mais alguns instantes!" Disse o homem com um sotaque carregado

O beholder atacava os heróis impiedosamente e em vários momentos quase conseguiu petrificar Adrie e Arannis. Mesmo com dificuldades, os heróis conseguiram ferir gravemente o monstro. Então, o mago colocou-se diante da criatura e apertou um botão da esfera metálica.
Um raio azul saiu do objeto e atingiu o beholder, fazendo-o desaparecer.

Os aventureiros olharam atônitos para o mago.

"Obrigado. Vocês me salvaram! Sou Utua, um viajante interplanar."Disse ele


Inicialmentez, Arannis e os demais ficaram muito desconfiados. Porém, Utua mostrou-se simpático e sincero. Ele passou parte da noite falando sobre suas viagens pelos inúmeros mundos e planos existentes. Soveliss ficou mais interessado do que os demais e fez várias perguntas.
Utua explicou que aqueles aventureiros mortos pelo beholder eram mercenários que havia contratado para ajudá-lo numa missão de resgate.
O mago propôs que a Ordem da Liberdade o ajudasse. Ofereceu um diamante astral para cada um, no valor de 10 mil moedas de ouro cada e falou bastante a respeito das habilidades do grupo e de como ele sabia que estes sim conseguiriam salvar seus amigos.

"Posso levar vocês comigo para Sigil, a Cidade das Portas. De lá, poderemos invadir a prisão extraplanar e salvar meus amigos!"Disse Utua

Depois de muito dialogar e discutir a questão. Os aventureiros aceitaram a missão depois que Utua falou sobre as vantagens de Sigil, inclusive de ser uma forma de encontrar o pégaso que eles tanto queriam.

No dia seguinte, Utua fez um ritual de teletransporte. Os heróis olharam uma última vez á sua volta, para a Floresta Castanha e então desapareceram.

Segundos depois estavam num beco de uma cidade desconhecida.

"Fiquem perto de mim e não se metam em confusão." Disse Utua saíndo do beco

Os heróis o seguiram e logo estavam numa movimentada rua da Cidade das Portas. Seres de todas as raças conhedidas, e muitas desconhecidas pelos aventureiros, caminhavam pelas ruas de Sigil. Gigantes, anões, azers, demônios, minotauros, elfos, humanos, goblins. Sigil era uma cidade onde criaturas de todos os planos podiam entrar.
Utua contou aos aventureiros que Sigil havia sido construída dentro de um gigantesco anel. Era um ponto de convergência de portais vindos de muitas realidades, planos e reinos. A cidade não tinha leis mas uma entidade conhecida como A Senhora da Dor era a criadora e talvez a governante do lugar.

Soveliss e Keyra estavam maravilhados com a cidade e sua arquitetura bizarra. Adrie estava menos à vontade do que em Ilíria ou Skan. Arannis ouvia o que Utua dizia e observava atentamente ao seu redor.

"Somos grãos de areia nesse universo. E eu achando que éramos importantes."Disse Adrie

"As possibilidades deste lugar são astronômicas! Podemos conseguir equipamentos melhores e conhecer mundos e mais mundos!" Disse Soveliss

"Vamos fazer o que viemos fazer e sair daqui. Não sonhem demais."Disse Arannis ao entrar na casa alugada por Utua. "Muito bem mago. Qual é a missão afinal?" perguntou o eladrin quando Utua fechou a porta.

"Meus amigos estão presos. O beholder era o guardião de um dos níveis da prisão extraplanar. Eu preciso conseguir as chaves que abrem mais dois portais. O que vocês precisam fazer é manter os guardas ocupados enquanto eu abro o caminho." Disse Utua

"Quem são seus amigos, Utua?" Perguntou Arannis

"Thakahkad é um kalashtar e um guerreiro poderoso. Ele tem sangue djin. Alangdar é um clérigo de Gov e um...como vocês chamariam? Isso!Anjo." Disse Utua sorrindo

"Um anjo?!" Perguntaram todos

"Sim, com asas e tudo."Respondeu Utua ao ver o assombro do grupo "Bem, fiquem à vontade para andar pela cidade, equipar-se e aprender os costumes. Creio que em três dias terei as chaves de que precisamos."







Enquanto isso, em Mechin, Ecniv estudava alguns pergaminhos quando foi interrompido por um dos trabalhadores da construção.

"Mestre ecniv,o senhor precisa ver o que encontramos!"" Disse o homem sujo de terra

Ecniv deixou o aposento na torre e foi até o pátio onde os trabalhadores se aglomeravam ao redor de uma placa de metal no chão. Murmur e Hans estavam lá, além dos aventureiros amigos de Ecniv.

"Magia forte. Você é mais qualificado que eu, devo admitir."Disse Azamarul, o mago humano, quando Ecniv chegou.

O pequeno gnomo abriu caminho entre seus amigos e chegou até a placa. Era feita de ferro e levava uma inscrição mágica em forma de 'S'.

"Voltem ao trabalho. Eu e Azamarul vamos desvendar esse mistério." Disse Ecniv ao abaixar-se para examinar a grande placa. "Don, venha aqui."Disse ele e uma ave preta e branca surgiu, pousando em seu ombro.

Uma hora depois, Azamarul e Ecniv haviam desfeito a runa mágica da placa. A segunda se desfez num pass de mágica e revelou uma escada de pedra e um corredor subterrâneo.
Ecniv, Azamarul, Hans e Murmur entraram. O mago iluminou o corredor e o grupo seguiu até uma porta de metal entreaberta.
Finalmente chegaram a um laboratório abandonado há muito tempo. Pilhas de entulho e livros transformados em pó pelos anos estavam por toda parte. Uma mesa com vidros e aparelhos de alquimia quebrados e outra com um grande livro em farelos chamaram a atenção de Azamarul. Porém, o que mais chamou a atenção de Ecniv foi um grande objeto coberto por uma lona negra, no centro da sala.

Ecniv puxou a lona revelando o que parecia ser uma carruagem sem rodas. Era toda feita em metal e possuía uma poltrona com espaço para duas pessoas. Havia um painel de cobre com alavancas e inscrições, além de uma chave de ouro encaixada como mais uma alavanca.

"Em nome da sorte de Avandra. Que raios é isto?" Perguntou Ecniv em voz alta

"Uma máquina de viagens interplanares"Respondeu Azamarul

"Como você pode saber? Você é um mago iniciante."Disse Ecniv rindo.

"Está escrito neste pergaminho que encontrei, mestre Ecniv."Disse o mago orgulhoso de seu achado

Ecniv abriu um sorriso largo ao pegar o pergaminho, olhou para a máquina e deu um tapinha no braço do mago.

"Temos que testar essa máquina!" Exclamou o gnomo com um brilho no olhar

5 comentários:

  1. "Temos que testar essa máquina!"
    Excelente! :) Tal como Ecniv faz.
    Será que ele volta a estar junto com o grupo?
    Hehehe
    Avante Ordem da Liberdade!

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  2. Uhuu! Acho que nunca mais vou dar conta de começar uma campanha de D&D do nível um. Já pensou voltar a enfrentar esqueletinhos e aranhas?? Credo...

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  3. Sempre tem como enfrentar goblins, kobold e gosmas ora.

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  4. Hahahahahaa até consigo começar de novo (novela das 8??) mas assim... essa campanha ja esta épica. Viagens planares... ISSO sim é vida hohohoh... Ecniv querendo testar a maquina, heim?? A curiosidade dos aventureiros é que pos eles nessa missao hahaha "Vamos juntar as 3 prtes da espada"?? mas ainda bem que "NOS SOMOS OS MELHORES NO QUE FAZEMOS" hahaha

    Seriamos nós jogadores que controlam os personagens? ou seriamos nos personagens controlados pelos jogadores???

    Paulo

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