sexta-feira, 20 de maio de 2011

A Batalha de Forte Dourado - Parte III

O clangor das trombetas anãs misturava-se aos gritos e ao som do aço chocando-se contra madeira ou metal. Berros de dor e barulho seco de metal contra carne eram ouvidos por toda parte. O guincho das repugnantes aranhas gigantes ao atacarem e os comandos das sacerdotizas que as comandavam eram capazes de gelar o sangue mas nada disso afetava o moral do rei Baltok Mão de Machado e de seus homens. Ao seu lado, repelindo ataques constantes de drows, estavam Medrash, o dragonborn vermelho, e Kraig, o príncipe dos anões. Drows tentavam em vão atingir o rei mas este revidava com seu machado mágico e gritava pedindo que mais viessem ao seu encontro. Kraig gargalhava enquanto girava seu próprio machado contra aranhas gigantes, do tamanho de enormes cães. Medrash mantinha seu enorme escudo pronto para proteger o rei e desferia golpes certeiros com sua espada flamejante.

Três grandes aranhas avançaram contra o dragonborn e este abriu a boca cuspiu uma labareda que chamuscou as criaturas. Logo em seguida, sua espada matou duas enquanto a terceira era morta por um anão jovem que empunhava um grande martelo de batalha.

Perto dali, Arannis e a Ordem da Liberdade lutavam contra dezenas de drows e duergars. O paladino havia sido cercado por um anão cinzento e dois drows e se defendia habilmente. Os inimigos atacavam mas seus golpes eram aparados pelo grande escudo com o símbolo de Avandra ou pela espada cuja lâmina azulada podia ser vista ao longe em meio à batalha. Soveliss estava na amurada oposta, disparando magias contra os inimigos. Adrie havia se transformado num lobo atroz e rasgava a garganta de um drow enquanto um lobo místico invocado pela druida defendia sua retaguarda. Keyra saltava e corria pelo campo de batalha, atacando e esquivando-se com graça e movimentos certeiros.
Ecniv havia se defendido algumas vezes de ataques inimigos mas procurava em meio ao caos da batalha um alvo importante. Foi então que o gnomo viu o general drow, cujo rosto havia sido marcado pela espada de Keyra na noite anterior.

"Hey!" Gritou Ecniv na direção do drow. Este nem ao menos notou o gnomo

"Eu disse hey você! Seu elfo torrado!" Gritou novamente o bardo

Como o drow parecia não dar atenção às suas provocações, Ecniv dirigiu-se de forma sorrateira até ele e então, surgindo de forma súbita, atingiu a coxa do drow com sua espada. Raios de eletricidade percorreram o corpo do inimigo que percebeu o gnomo e atacou ferozmente. Ecniv esquivou-se com grande rapidez e atacou novamente, fazendo com que sua espada mágica conduzisse suas magias. O general parecia enfraquecido pelos ataques rápidos e constantes do pequeno bardo que a cada golpe bem sucedido gargalhava e soltava provocações. O drow percebeu que cada golpe fazia com que sua visão ficasse turva e seus membros enfraquecidos.

"Pare de saltar, sapo!" Gritou o drow

"Não posso! Você é tão patético que tenho que dar pulinhos de alegria!" Riu Ecniv



Keyra havia matado dois drows e estava indo em direção das sacerdotizas. Ela sabia que eram perigosas e algo que a jovem ladina possuía em abundância era um senso tático formidável. Keyra saltou da amurada, girando em pleno ar e arremessando uma adaga contra uma das drows. A arma não atingiu o alvo e retornou instantaneamente às mãos da meio-elfa e então a sacerdotiza a notou. A drow apontou um pequeno cetro na direção de Keyra e um raio de energia negra voou pelo campo de batalha, atingindo-a. A energia formou tentáculos que aprisionaram Keyra.

"Ah, então você quer usar magia?" Gritou Soveliss do outro lado. "Toma!" Gritou o eladrin enquando uma serpente de energía deixava seu orbe indo diretamente para a mulher drow. Esta defendeu-se com magia e então deixou Keyra e começou a lutar com Soveliss. O mago disparava seus feitiços e a clériga os repelia. Então, Soveliss sorriu e fazendo um gesto com sua mão, conjurou uma enorme mão de gelo que segurou a drow.

"Não haverá amanhã para os drows!" Gritou o eladrin e então arremessou a drow pela amurada.

O grito da sacerdotiza desapareceu no abismo abaixo.

Os anões estavam vencendo. Muitos haviam morrido mas a hoste de Forte Dourado avançava cada vez mais enquanto os drows cediam terreno. Baltok Mão de Machado avançava por cima de cadáveres de elfos-negros e Arannis estava ainda ileso mas sendo atacado por vários ao mesmo tempo. Keyra lançou sua adaga e cortou a garganta de um drow. Então, correu para ajudar Ecniv.

Arannis estava tomado pela fúria da batalha. Defendeu-se com o escudo de um golpe certeiro, girou o corpo e colocou toda sua força num único e devastador ataque que decepou a cabeça de um duergar. Outro anão cinzento estava indo na direção de Arannis e agora eram cinco os atacantes do eladrin. Então. Soveliss disparou uma bola de fogo na área onde Adrie e Arannis lutavam contra os drows.

"Ops! Meu irmão!" Pensou o mago e então usou uma magia que teleportou Arannis para longe da explosão. Porém, o fogo atingiu Adrie que, em sua forma de lobo atroz ficou levemente chamuscada. O enorme lobo olhou na direção de Soveliss rosnando.

"Desculpa!" Gritou ele sem graça

Enquanto isso, o general drow continuava tentando atingir Ecniv sem sucesso. Arannis que havia sido teleportado para perto dele, atacou, atingindo o ombro do elfo-negro, partindo a ombreira da armadura. Adrie saltou na direção do drow, com sangue nas mandíbulas e o derrubou. O drow tentou levantar-se mas a espada de Keyra atingiu seu calcanhar, cortando-lhe os tendões. Então a ladina sacou sua adaga e a cravou nas costas do inimigo. O drow caiu de joelhos e a Ordem da Liberdade afastou-se mas Keyra então girou o corpo, fez um enorme corte no peito do general com sua adaga e então agarrou-o pelos cabelos, passando a espada por seu pescoço, no início devagar, depois culminando num corte rápido.

Ensanguentada, a meio-elfa pisou sobre o cadáver do general e gritou. Não era um grito de vitória mas sim um urro de raiva que intimidou vários drows ao seu redor. Estes recuaram e logo estavam correndo. Então, todos os anões próximos à Ordem da Liberdade gritaram como Keyra e logo estavam correndo atrás de drows apovarados. O exército inimigo estava em pânico.
Foi nesse momento, enquanto todos corriam no encalço da horda em frangalhos, que Adrie percebeu algo. Sobre uma das tendas, a uma distância segura, estava um gnomo. Era extremamente parecido com Ecniv. Porém, era mais velho e usava roupas negras. O gnomo estava armado com um arco curto e havia uma única flecha pronta para ser disparada. Antes que Adrie pudesse fazer qualquer coisa, o gnomo soltou o projétil.

A flecha cortou o ar e brilhou a alguns metros de Baltok Mão de Machado. A flecha mágica transformou-se em seis e todas atingiram o alvo. Adrie havia acompanhado a trajetória tortuosa da flecha. Era como se a mesma tivesse sido encantada para atingir apenas aquele alvo, o rei.
O impacto dos projéteis lançou Baltok para trás. O rei caiu e logo vários anões e Medrash estavam protegendo-o com seus escudos. Adrie olhou novamente na direção do gnomo mas este havia desaparecido. A druida então assumiu sua forma de elfa e correu para ajudar o rei. Porém, a cada tentativa, parecia que as flechas entravam mais na carne do rei dos anões.

O exército drow fugia. Haviam sido derrotados. Mas o preço havia sido a morte de Baltok Mão de Machado. O rei foi levado para dentro de Forte Dourado enquanto a Ordem da Liberdade, os Irmãos de Sangue e o resto dos anões matava os últimos drows sobre a ponte.




A tumba dos reis era uma caverna próxima de Forte Dourado. Era um lugar dedicado aos grandes reis e heróis dos anões. A enorme cripta era fechada. Duas grandes portas de pedra podiam ser abertas apenas com o brasão real, presente na coroa. As duas portas estavam abertas agora, enquanto uma multidão aguardava o início dos ritos fúnebres. Baltok Mão de Machado, o rei guerreiro, pai de Kraig, jazia sobre uma pira funerária erguida nos últimos dois dias por dezenas de anões. Era alta e o corpo do rei mal podia ser visto mas estava em paz. Kraig trazia consigo uma tocha e estava vestindo um longo manto de pele de lobo que havia pertencido ao seu pai. A Ordem da Liberdade, Linfur, Damara e Medrash observavam de perto. Todos partilhavam da dor do amigo apesar da grande vitória contra os drows.

Arannis colocou a mão sobre o ombro de Kraig. "Ele orgulhou seus ancestrais. Faça o mesmo." Disse o eladrin

"Tem razão elfo. Eu farei isso." Respondeu Kraig enquanto ateava fogo à montanha de toras de madeira. "Honrarei meu pai e meus ancestrais. Moradin é testemunha. Moradin sabe que meu pai morreu lutando por seu povo e que assim fará Kraig, filho de Baltok, neto de Kroj."

Dizendo isso, Kraig virou-se para a multidão. "Lutarei por meu povo e honrarei o sangue que carrego nas veias! Assim jura o filho de Baltok Mão de Machado!" Gritou

O fogo espalhou-se pelas toras e logo o corpo do rei estava queimando. Muitos de seus súditos deixaram presentes para o morto e se retiraram até que, no fim, apenas Kraig e seus amigos restaram. Alguns servos iriam se encarregar de levar o corpo para a cripta e lacrá-la.




Os dias que se seguiram foram bem ocupados. Enquanto a cidade se recompunha da batalha e do cerco dos drows, patrulhas vasculhavam a região em busca de sobreviventes do exército inimigo. Os membros da Ordem da Liberdade decidiram ficar até a coroação do novo rei e aproveitaram para pesquisar mais a respeito das sete jóias. A biblioteca de Forte Dourado era a maior e mais antiga que haviam visto e certamente haveria alguma informação importante lá.

A coroação do novo rei seria uma festa com banquetes e muita alegria. Kraig era agora o novo monarca e tinha novas responsabilidades. Por outro lado, a Ordem da Liberdade tinha agora um poderoso aliado em sua busca por derrotar Agrom-Vimak. Os heróis estavam decididos a viajar para a cidade de Gavadran, no sul distante, em busca de mais uma das jóias. A idéia seria usar o portal da cidade anã e depois retornar da mesma forma para seguir em busca das montarias aladas que Arannis tanto desejava para a Ordem.
Os preparativos estavam sendo feitos quando Soveliss foi até Damara.

"O que foi meu amor. O que tirou seu sorriso de sempre?" Disse a guerreira de cabelos de fogo

"Nada...eu...eu tenho algo para você." Respondeu Soveliss "Nós vamos partir em breve. Não sei o que encontraremos no caminho. Por isso, mandei fazer algo provisório..." Continuou ele, retirando do bolso um objeto pequeno.

Damara estava curiosa e levantou-se da cama para ver melhor o presente.

"Damara, meu amor, este anel é somente uma amostra do que virá. Amo você acima de tudo e retornarei para fazer tudo da forma correta." Disse o eladrin enquanto colocava um anel de prata no dedo de sua amada

"Soveliss...eu..." ia dizer Damara

"Shhh...não. Quando eu voltar vamos conversar sobre isso. Eu te amo." Disse o mago enquanto beijava a guerreira




Do lado de fora da cidade dos anões, Adrie perambulava. Ainda havia muitas marcas de sangue e de explosões na ponte de pedra. Ela caminhava sozinha, pensativa. O vento das montanhas fazia seus longos cabelos esverdeados tremular como um estandarte. Ela apoiou-se na amurada e olhou para o abismo abaixo. Subitamente, uma melodia muito familiar se fez ouvir em meio aos uivos do vento. Alguém estava assobiando uma canção élfica. Adrie olhou para o outro lado da ponte e viu um homem vestido de verde, sem armas além de uma rapieira presa à cintura. Usava uma capa verde-escura e botas de couro altas. Adrie percebeu que muitos objetos do homem eram mágicos, inclusive seu vistoso chapéu verde com uma grande pena vermelha e dourada. O homem foi se aproximando e ao chegar perto o suficiente, Adrie notou que era muito atraente. Seus traços finos lembravam os de um elfo mas a barba por fazer o denunciavam como humano, ou talvez meio-elfo. Era muito loiro e seus olhos eram de um azul profundo, levemente amendoados. O homem trazia apenas uma pequena bolsa, visivelmente mágica, e um alaúde preso às costas. Adrie sentiu-se ao mesmo tempo atraída e incomodada com a presença do homem, que lhe lançava um olhar calmo e ao mesmo tempo sedutor.

"Bom dia! É realmente uma agradável surpresa ver uma filha das florestas numa cidade de anões! Ainda mais em se tratando de tão bela criatura." Disse ele em élfico, tirando o chapéu e beijando-lhe a mão.

"Bom...bom dia...eu...sou Adrie"Disse ela

"Adrie. Seu nome soa como o cantar de pequenos rouxinóis na primavera. O prazer em conhecê-la é todo meu. Sou Laucian...conhecido também como Laucian Moeda de Ouro." Disse ele ainda em élfico e olhando-a diretamente nos olhos

"Soube que há um novo rei e vim aqui para prestar minhas homenagens a um velho amigo." Disse Laucian "Você também está aqui para a coroação?" Perguntou ele apoiando-se na amurada e olhando para Adrie bem de perto

"Eu...hum...sim...eu e meus amigos...a Ordem...a ordem da liberdade." Disse ela sem graça

"Que ótimo! Já ouvi a respeito do seu grupo. Bem, preciso ir. Longa viagem, sabe como é. Foi realmente muito, mas muito prazeroso conhecê-la, Adrie..." Disse ele fazendo uma longa reverência e beijando-lhe as duas mãos. "Espero sinceramente vê-la novamente."

Laucian entrou na cidade dos ançoes, passando pelos guardas que pareciam conhecê-lo bem. Adrie continuava maravilhada com aquele homem misterioso.



Enquanto isso, longe dali, algo antigo e poderoso despertava de seu sono de centenas de anos.

3 comentários:

  1. aeeeee finalmente consegui terminar de ler uhuu
    nossa, adorei!! só faltou um detalhe que depois da bola de fogo lançada por soveliss na ponte, ele ativou o pavio que explodiria os barris que estavam em baixo da ponte, e foi Adrie que impediu isso de acontecer, mesmo chamuscada de fogo =) hehehehe
    Quero jogar de novoooo, e realmente, ainda tem muitas atualizações, se precisar de ajuda estou à disposição!
    =^.^=

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  2. Sim, é verdade, faltou esse detalhe. Faltou eu xingando o Soveliss depois da bola de fogo tb.. :P

    Mas ae, Gene, vc ta mandando bem demais! Algumas coisas foram alteradas, mas ficou bom mesmo assim.
    Eu gosto quando vc libera esse seu lado escritor. Pena que não acontece muito...

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  3. É...precisa acontecer...o problema foi falta de inspiração e falta de tempo.

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