domingo, 8 de agosto de 2010

Os Irmãos de Sangue

"Ainda bem que aqueles 'Guardiões do Universo' não reclamaram quando ficamos com o tesouro. Eles me pareceram boa gente." Disse Kraig enquanto contava algumas moedas. O anão parecia satisfeito com o saque conseguido na antiga tumba

"Eles eram cinco e pareciam bem treinados. Não sei se seria uma luta justa." Respondeu Damara sorrindo "Você já terminou Linfur?" Perguntou em voz alta, sem olhar para trás.

"Eu disse que era só algo que tinha comido! Maldição. Onde está o elfo?" Resmungou Linfur, o halfling enquanto saía de trás de uma pedra, fechando os botões da calça.

"Ele já está fora há uma hora." Disse Kraig mordendo uma peça de ouro

Damara ajeitou uma mecha de cabelo que estava caindo sobre os olhos por causa do vento da montanha e olhou na direção que Carric, o arqueiro, tinha saído. O grupo era muito unido, apesar de algumas diferenças e estavam juntos há um bom tempo. Damara conhecia Kraig desde criança e Carric era quase um irmão para Linfur. Os Irmãos de Sangue eram aventureiros e gostavam do que faziam. Estavam viajando há vários dias depois de sua última expedição. As únicas pessoas que encontraram foram cinco aventureiros e não tiveram tempo para muita conversa. Damara, a líder do grupo, queria chegar logo a Fortaleza Branca, a cidade dos anões. Tinham negócios lá.

Kraig e Linfur estavam comendo um pouco de carne salgada quando Carric apareceu. O elfo estava sorrindo, algo raro, e trazia consigo algumas aves recentemente abatidas. Jogou as presas na direção do anão que gargalhou exibindo o jantar.

"Temos muito terreno para cobrir mas chegaremos à Fortaleza pela manhã." Disse Carric em élfico

"Ótimo. Quero descansar por lá, comprar e vender algumas coisas e arranjar algo mais interessante do que saquear buracos cheios de goblins." Disse Linfur

Os Irmãos de Sangue eram muito diferentes uns dos outros.

Linfur era um halfling carrancudo de cabelos negros e pele bronzeada. Tinha costeletas grandes e mal cuidadas e se vestia essencialmente de negro. Carregava dezenas de adagas numa bandoleira e parecia ser muito bom com esse tipo de arma, visto que eram as únicas que levava consigo. O halfling parecia estar resmungando o tempo todo e era sarcástico na maior parte do tempo.

Kraig era diferente. Era bonachão. Talvez até demais. O anão tinha uma longa barba castanha e cabelos longos presos em várias tranças. Vestia uma armadura de boa qualidade e trazia consigo uma espada curta e um escudo pequeno. Tinha o rosto rosado e um sorriso largo e muito branco. O único problema de Kraig era a quantidade enorme de piadas infames que fazia questão de contar e repetir.

Carric era alto. Tinha cabelos castanhos esverdeados e sua pele era branca. Suas roupas eram verdes e tinha uma capa élfica feita com folhas e penas. Várias penas brancas pendiam de seus longos cabelos e seus olhos eram de uma cor verde vibrante. Carregava uma espada longa e um arco visivelmente mágico, com motivos em élfico que brilhavam com uma luz azulada. Carric não falava quase nunca mas era fiél aos Irmãos.

Damara era a única mulher do grupo e a líder do mesmo. Era uma humana alta e de boa constituição física. Tinha cabelos laranjados que usava presos em duas tranças longas. Seus olhos eram azuis e Seu rosto era bonito. Carregava consigo uma espada de duas mãos e estava bem equipada, como todos os outros. Damara liderava pelo exemplo e por seu intenso carisma. Sua voz era firme e seu sorriso acalmava os ânimos do grupo. Ela era simpática com estranhos e todos pareciam gostar dela rapidamente.

"Vamos acampar aqui. Partimos ao anoitecer e logo vamos estar comendo e bebendo com seus parentes, Kraig." Disse a guerreira

No dia seguinte, os Irmãos de Sangue chegaram a Fortaleza Branca. A cidade dos anões era enorme. Ficava sobre uma formação rochosa separada da montanha por um abismo largo e extremamente profundo e somente uma ponte de pedra ligava o portão à trilha. Vários vigias protegiam a ponte. As muralhas da Fortaleza eram de pedra clara e um enorme portão de madeira e metal, que ficava aberto durante o dia, estava guardado por balistas e canhões mágicos. Kraig caminhou à frente do seu grupo e foi recebido com uma reverência pelos guardas. Os Irmãos de Sangue entraram na cidade sob os olhares de dezenas de guardas.
Caminharam pelos enormes salões da entrada, que eram iluminados por janelas que permitiam a entrada da luz solar. Adiante, brazeiros e tochas iluminavam as ruas e casas da Fortaleza.
A cidade era divididam em cinco níveis subterrâneos e era muito movimentada. Apenas alguns dragonborns circulavam entre as centenas de anões e o som de martelos batendo na rocha ou em bigornas de ferro era o som mais comum.
Os Irmãos estavam no mercado, passando por lojas de armas e pequenas tavernas. Pararam por uma hora para vender e comprar itens e depois seguiram para o Salão de Mithral, onde ficava o rei.

O grupo chegou ao salão e encontrou Brum, o rei dos anões, sentado no enorme trono brilhante, feito do metal que dava nome ao recinto. Damara, Carric, Linfur e Kraig se aproximaram depois de ser anunciados e se ajoelharam diante do rei que era um anão velho de longas barbas ruivas, manchadas de cinza. O rei, sorriu e logo seu sorriso tornou-se uma gargalhada.

"Bem vindo ao lar meu filho!" Disse ele ao descer do trono e abraçar Kraig.

Cinco dias depois, os Irmãos do Sangue viajavam para Skan, uma cidade murada no extremo norte, a quase um mês de viagem. O rei havia pedido que fossem até Skan para descobrir o que havia acontecido com um destacamento que ele enviara em auxílio ao rei daquela cidade. Também levavam uma carta, informando que Fortaleza Branca marcharia em algum tempo para ajudar na guerra contra os orcs do norte.
No caminho, os aventureiros encontraram uma caravana de mercadores sendo atacada por goblins e, depois de trucidar as pequenas criaturas, decidiram escoltar o grupo, uma vez que este também tinha Skan como destino final.

Os Irmãos de Sangue estavam numa missão importante e sabiam que as recompensas viriam. Damara sorria com a possibilidade de ajudar Skan com sua espada. Olhou para seus amigos e sorriu novamente pois confiava neles com sua própria vida e sabia que tempos difíceis estavam esperando pelos Irmãos de Sangue no norte.

"Se eu tiver que morrer no norte, que seja ao lado desses três."Pensou a ruiva

Ao longe, em algum lugar no mar do oeste, outro grupo de heróis lutava contra mortos-vivos sem saber que seu destino iria cruzar-se com o dos Irmãos de Sangue em breve.

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